Após o anúncio do encontro entre governador sul-mato-grossense Reinaldo Azambuja (PSDB) com o presidente paraguaio Mario Abdo Benitez, na semana que vem, a imprensa do país vizinho ao repercutir o evento trata o político brasileiro como o “governador que pediu o fechamento da fronteira do Brasil com o Paraguai”.
No jornal Extra, da capital Assunção, é destacado fala do governador em que frisa a extensão das fronteiras do Estado com Bolívia e Paraguai, com 14 municípios na linha de divisão com esses países, a maioria sendo fronteira seca. Desses sete são cidades-gêmeas – ou seja, conurbadas ou com ligação urbana muito próxima.
Em novembro do ano passado, Reinaldo sugeriu ao então presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) financiamento do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social) para financiar um “blindamento” da fronteira, admitindo que um fechamento é difícil.
Porém, em artigo no jornal Folha de São Paulo, em janeiro de 2018, o governador defendeu o fechamento, justificando que o Estado tem gastos milionários com presos oriundos do tráfico – o valor divulgado foi de R$ 127,3 milhões.
“Nossas fronteiras estão escancaradas, potencializando Mato Grosso do Sul como corredor do narcotráfico. Os altos índices de crimes não resultam só no estrangulamento do sistema carcerário, mas contribuem também para a hipertrofia do sistema judiciário”, argumentou Reinaldo na época.
Visita ao Paraguai
Reinaldo Azambuja vai a Assunção na semana que vem se reunir com políticos, entre eles o presidente Mario Benitez, para tratar de diversos assuntos, como ações integradas de segurança e elaboração de cronograma e acordos para construção da ponte e do porto na divisa de Porto Murtinho e Carmelo Peralta, no Paraguai.
Secretários de Estado, como o chefe da Semagro (Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar), Jaime Verruck, e a ministra de Agricultura, Tereza Cristina, devem integrar a comitiva.
No período em que ficar fora do país, Reinaldo será substituído pelo presidente do TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul), desembargador Paschoal Carmello Leandro, já que o vice, Murilo Zauith (DEM), também está em viagem.
