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Política

‘Não sou bajuladora de mandato’, diz Soraya que não confirma repetir voto em Bolsonaro

Ela defendeu uma direita sem extremistas, classificados por ela como "camicases"
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Rússia ataca a Ucrânia pela terra
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Vice-líder do governo no Congresso e crítica da gestão de Jair Bolsonaro, a senadora (PSL-MS) tem batido na tecla de que é preciso construir uma “direita racional”. Ao Estadão, a parlamentar defendeu limites à liberdade de expressão, um Estado laico e uma direita sem extremistas — classificados por ela como “camicases”.

A postura tem lhe rendido apoio, mas também xingamentos, ataques e ameaças virtuais. “Não sou uma bajuladora de mandato. Não serei jamais”, afirmou. Aos 48 anos, a advogada e empresária estreou na política em 2018 na onda bolsonarista, mas não promete apoio à reeleição do presidente. “Se ele estiver do lado das bandeiras, de repente eu estarei (com ele). Eu sou fiel aos princípios. Se ele não é, ele é que não estará ao nosso lado”, disse.

Confira os principais trechos:

O que é “direita racional”?

Nós fomos eleitos (em 2018) levando a bandeira da direita, que estava adormecida e emergiu. Mas misturaram os assuntos. Eu comecei a perceber esses “gaps” na compreensão, coisas esdrúxulas. Eu tenho falado em direita responsável porque a gente está vendo que ficou pejorativo ser de direita.

Um monte de gente não sabe o que é ser de direita, não sabe quais são as bandeiras que nós carregamos, não age dentro de uma economia liberal que era a nossa maior proposta. Se somos Estado mínimo, o que a sexualidade das pessoas tem a ver com o Estado? Esses malucos que falam pela direita, para mim, nem de direita são.

Quais coisas esdrúxulas?

Não é uma pauta racional e de essas questões de fechar o STF, atacar os Poderes. Nós vivemos num Estado laico. Eu sou religiosa, mas isso é coisa minha, particular.

Ainda apoia o presidente?

Nas bandeiras às quais ele se mantém fiel, sim. Eu sou fiel às bandeiras da direita de verdade, como Estado mínimo, liberdade econômica, até mesmo a bandeira armamentista. Mas, acima de tudo, defendo a bandeira anticorrupção, que foi deixada de lado. A fidelidade tem que ser aos princípios e às bandeiras. Foi com isso que eu me comprometi e foi com isso que lá na campanha nós nos unimos. Essa “direita camicase” se autodestrói. Após criticar o blogueiro Otávio Fakhoury na CPI da Covid, a senhora foi atacada nas redes sociais.

Eu não quero ser confundida com essas pessoas, quero ter uma conduta equilibrada e firme. Eu falo o que eu tenho que falar. Não vou na onda, só porque eu sou vice-líder do governo no Congresso. Não tenho apego nenhum a esses crachás e voto do jeito que eu quero. Eu não sou uma bajuladora de mandato. Não serei jamais.

Bolsonaristas a atacam por ser dona de motéis. Não são liberais na economia?

Eu pago imposto, eu emprego, inclusive presidiárias. Minha atividade é legal. Os liberais da economia me criticam e querem usar (isso) contra mim. E aí também entra outra questão: o que é liberdade de expressão? Quer dizer que se eu tenho liberdade de expressão — e ainda tenho imunidade parlamentar — posso te xingar à vontade? Venha com uma atitude que soma. Essa não é solução para absolutamente nada.

Como lidou com as críticas durante a CPI da Covid?

Eu mirei no que eu entendo, na minha concepção do que é certo. Teve um dia que eu entrei numa reunião da ala governista e estava o (Eduardo) Pazuello, já não era mais ministro (da Saúde), explicando como ia defender o tratamento precoce.

Do jeito que eu cheguei, eu falei: “É disso que vocês estão falando? Não é possível. Alguém está louco aqui. Alguém está muito fora da casinha”. Ao mesmo tempo que fui atacada, pessoas que não imaginavam que eu tinha esse pensamento começaram a prestar atenção.

É favorável ao orçamento secreto?

É um absurdo, está errado. Nada pode ser secreto.

Apoiará a reeleição de Bolsonaro?

Se ele estiver do lado das bandeiras, de repente eu estarei. Eu sou fiel aos princípios. Se ele não é, ele é que não estará ao nosso lado.

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