O MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) ajuizou uma ação na Justiça Eleitoral de Aquidauana após inquérito que apurou suposta compra de votos que teria ocorrido em favor do vereador reeleito Everton Romero (PSDB).
Conforme a ação, representante do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) esteve em posto de combustíveis na noite do último sábado, véspera da votação. Por lá, tanto o representante do MP quanto agentes da polícia constataram movimentação intensa de pessoas e do homem suspeito de estar realizando os pagamentos de combustíveis.
Em um dos casos, o MP flagrou o frentista entregando as chaves do carro ao motorista de um veículo, que se retira do local sem pagar (seja em dinheiro ou cartão). A investigação também notou que o homem responsável pela abordagem das pessoas para supostamente comprar os votos demonstrava intimidade com os frentistas.
Então, os policiais abordaram o suspeito em um Gol branco. No veículo, encontraram materiais de campanha do candidato do PSDB. Na delegacia, o rapaz confirmou ser ‘amigo’ de Everton, mas negou estar comprando votos. Ainda, negou que acesso dos policiais ao seu aparelho celular.
Durante o inquérito policial, as autoridades tiveram acesso às câmeras de segurança do posto de combustíveis, que registraram toda a movimentação do ‘amigo’ do vereador no dia dos fatos.
“A partir de tais imagens, é possível observar que no dia 05/10/2024 (véspera de eleição), especialmente entre 18h30min e 19h15min, quando então foi abordado pela equipe policial, o requerido se movimentou intensamente pelo posto de combustíveis, interagindo bastante com os frentistas do estabelecimento, bem como com populares que chegavam ao local e logo iam a seu encontro (ficando claro que estavam ali
especificamente para encontrá-lo)”, diz a denúncia.
As pessoas procuravam e conversavam com o suspeito, que anotava em uma espécie de prancheta e depois sinalizava para os frentistas. Por fim, os motoristas saiam do posto sem fazer nenhum pagamento. O MP ainda relacionou nove veículos abastecidos.
O MPMS pede que a Justiça Eleitoral abra uma investigação judicial eleitoral para apurar os abusos de poder econômico e se constatado crime eleitoral, casse o registro de candidatura de Everton Romero. A reportagem tentou contato com o vereador eleito, mas não houve retorno até esta publicação. O espaço segue aberto para manifestação.
