Vereadores de Terenos alegam ‘surpresa’ com a prisão do então prefeito da cidade, Henrique Budke (PSDB). Durante a 1ª sessão ordinária da Câmara, os parlamentares dizem que ‘nunca imaginaram’ que o Chefe do Executivo afastado poderia ser apontado como líder de organização criminosa.
Henrique foi alvo da Operação Spotless, deflagrada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) e Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrupção), na última terça-feira (9).
A investigação apontou que o grupo liderado por Budke tinha núcleos com atuação bem definida. Servidores públicos fraudaram disputa em licitações, a fim de direcionar o resultado para favorecer empresas.
Os editais foram elaborados sob medida e simulavam competição legítima. Somente no último ano, as fraudes ultrapassaram os R$ 15 milhões.
O esquema ainda pagava propina para agentes públicos que atestavam falsamente o recebimento de produtos e de serviços, bem como aceleravam os processos internos para pagamentos de contratos.
“A gente ficou surpreso. Na primeira fase da operação, pensávamos que ele não tinha envolvimento, mas agora, na segunda fase ficamos surpresos”, disse o vereador José da Silva, o Zé Paraíba, do PP.
A Operação Spotless foi deflagrada a partir das provas da Operação Velatus, que foi realizada em agosto de 2024. O Gaeco e Gecoc obtiveram autorização da Justiça e confirmaram que Henrique Budke chefiava o esquema de corrupção.
“Foi um baque muito grande, pois não esperávamos. Como representantes do povo a gente fica triste”, disse Wilson Miguel do Carmo (MDB).
Vereadores do PSDB, mesmo partido do prefeito preso, também dizem que, mesmo sendo da mesma sigla, não apoiam atitude de Henrique e querem que a investigação continue.
“É difícil. Bem desarrumado para todo mundo. Meu parceiro de partido, mas não temos janela para mudar de sigla. Na alegria e na tristeza precisamos manter”, disse o tucano Silvio Figueiredo Brites.
O vice-presidente da Casa de Leis, Henrique Rezende (Podemos), também alega que os moradores acabam sendo os mais prejudicados e considera a prisão algo constrangedor para toda a população.
“Eu vejo que é muito ruim para o município. As pessoas não podem ser prejudicadas. Estamos apoiando todos os órgãos competentes para ajudar nas investigações”, disse Henrique.
Spotless é uma referência à necessidade de os processos de contratação da administração pública serem realizados sem manchas ou máculas. A operação contou com apoio operacional da PMMS (Polícia Militar de MS), por meio do BPCHq (Batalhão de Choque) e do Bope (Batalhão de Operações Especiais).
Vice assume lugar de prefeito preso
O vice-prefeito de Terenos, Arlindo Landolfi (Republicanos), foi empossado na chefia do Executivo Municipal na manhã da última sexta-feira (12). O prefeito Henrique Budke (PSDB) está preso desde terça-feira (9) e pediu afastamento na quinta-feira (11).
Arlindo Landolfi Filho tem 46 anos e é médico. Natural de Ponta Porã, disputou o primeiro cargo público em 2024, como vice na chapa de Budke.
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(Revisão: Bianca Iglesias)