Os prefeitos Marçal Filho e Eduardo Campos, de Dourados e Ponta Porã, respectivamente, estão comprometidos a permanecer no PSDB após a revoada de lideranças tucanas. A legenda enfrenta crise nacional, que se refletiu em Mato Grosso do Sul após a saída de Eduardo Riedel, agora no PP, e Reinaldo Azambuja, atualmente no PL.
O partido perdeu, ao todo, 24 das 44 prefeituras que liderava. Nas cinco maiores cidades do Estado — Campo Grande, Dourados, Três Lagoas, Corumbá e Ponta Porã —, o partido chefiava 3 prefeituras, mas, com a filiação de Cassiano Maia ao PP, agora a legenda administra minoria.
Prefeitos de outros 19 municípios migraram para o PL, enquanto outros 5 deixaram o ninho em direção ao PP, da senadora Tereza Cristina.
Ao Jornal Midiamax, o deputado federal Geraldo Resende considera que não devem ocorrer novas saídas. Ele segue na liderança interina do partido até o próximo dia 21 e, agora, diz estar empenhado em manter quem ficou na legenda. Com a sobra de 20 prefeitos ligados à legenda, o partido perde o posto de maior número de mandatários em gestão municipal filiados.
Prefeitos das maiores cidades do interior seguem no ninho
O prefeito Marçal Filho afirmou que não ter pretensão de deixar o PSDB. Segundo o chefe do Executivo municipal de Dourados, a prioridade agora é a administração da cidade, tanto que já descartou disputar as eleições no próximo ano.
“Por isso não tenho pressa em definir meu futuro partidário”, destacou o político, que, nas eleições do ano passado, deixou o PP para disputar a Prefeitura de Dourados sob o guarda-chuva do PSDB.
Eduardo Campos, de Ponta Porã, também não tem pretensão de deixar a sigla. “Sigo firme no ninho tucano”, definiu o prefeito sobre a sua condição partidária, diante da revoada que reduziu à metade a musculatura política do PSDB.
Disputa interna
Após a saída de Azambuja e Riedel, o partido em MS agora se mobiliza para definição de uma nova diretoria executiva capaz de frear a implosão da legenda, historicamente influente nas articulações que definem o ritmo de desenvolvimento do Estado.
Na próxima semana, a diretoria nacional do tucanato deve eleger sua executiva e definir, a partir disso, o comando provisório dos 27 diretórios regionais, cuja validade é até dezembro deste ano.
“Quem vai conduzir o partido, logicamente, vai ter esse trabalho [de manutenção de políticos na legenda]. Vamos sempre procurar a nossa bandeira e construir as chapas que vamos apresentar nas eleições de 2026”, disse Geraldo Resende, que está comprometido a seguir no comando da sigla.
Segundo o deputado federal, há um acordo para que assuma a chefia do partido integrante da bancada federal. O destaque se dá diante da disputa interna com o deputado estadual Pedro Arlei Caravina, que também já explicitou o interesse de assumir a responsabilidade de comandar o partido.
Em entrevista ao Jornal Midiamax, nesta semana, Caravina revelou estar empenhado em mobilizar apoio em torno do seu nome.
“Já manifestei para a Nacional que eu tenho interesse. Dentro daquele projeto de reestruturar o partido, estou conversando com os vereadores também, mas é uma decisão que não passa só por mim; então, nós vamos aguardar. Já falei isso com o governador, falei com o Reinaldo também, que é uma liderança agora no PL, mas tem uma liderança sobre muitos membros do PSDB. Nós estamos aguardando essa decisão”, disse.
A crítica do parlamentar em relação à suposta preterição da Executiva Nacional com nomes da bancada federal se dá em relação à instabilidade de que membros da legenda estejam sob risco de desfiliação futura.
“Então, é lógico que os deputados federais têm uma certa preferência, porque são eles que definem fundo eleitoral, fundo partidário. Mas não adianta você deixar também deputados que não queiram ficar, porque vai só segurar um período; […] chega em março do ano que vem, migra para outra agremiação, e aí?”, questiona o parlamentar.
Geraldo Resende vê legitimidade no interesse do correligionário estadual, mas defende o próprio nome sob argumento de ser um dos fundadores do partido.
“Olha, quem construiu a história dentro do partido, como nós, que fomos fundadores do partido… Eu tenho um carinho especial para com o PSDB, e eu, logicamente, se eu fosse chamado a fazer esse processo, mesmo nesse momento difícil do partido, eu não titubearei e certamente darei minha contribuição”, disse, frisando que, em relação ao interesse de Caravina, “Se tiver de construir o partido, não é só na presidência”.
A reportagem buscou contato com o deputado estadual para atualizar o posicionamento, mas não obteve retorno até o fechamento da matéria.
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(Revisão: Dáfini Lisboa)