Após prisão do prefeito afastado Henrique Budke (PSDB), vereadores votaram e aprovaram a revogação da Lei que possibilitava uma linha de crédito de R$ 20 milhões para a prefeitura. A votação foi realizada na noite desta segunda-feira (15), durante a primeira sessão ordinária após uma operação de resultou em um escândalo de corrupção na cidade, distante 30 quilômetros de Campo Grande.
Conforme o presidente da Câmara de Terenos, Leandro Guimarães (Podemos), a linha de crédito foi aprovada quando Henrique ainda estava a frente do Executivo e poderia ser usada para obras no município, mas a Casa de Leis resolveu mudar o ‘modus operandi’ após o vice-prefeito assumir a chefia da prefeitura.
“Hoje é revogada a Lei a qual demos uma linha de crédito para o prefeito que poderia acessar até R$ 20 milhões no Banco do Brasil. Com o novo prefeito será revogada. Quando ele precisar vai apresentar um projeto para analisarmos”, disse o presidente da Câmara ao Jornal Midiamax.
Durante a primeira sessão ordinária da Câmara, os parlamentares dizem que ‘nunca imaginaram’ que o Chefe do Executivo poderia ser apontado como líder da organização criminosa. Henrique foi alvo da Operação Spotless, deflagrada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) e Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrupção), na última terça-feira (9).
O vice-presidente da Câmara de Terenos, Henrique Rezende do Podemos, explica que a Lei, a qual disponibilizava até R$ 20 milhões para a prefeitura é recente e que o valor não chegou a ser usado.
“Foi aprovada uma Lei há mais ou menos um mês. Eu votei contra, mas era um empréstimo para obras. O prefeito interino achou melhor não aceitar o recurso. O valor não chegou a ser usado. Agora o prefeito já deve sancionar nesta terça-feira. Se acaso o Executivo precisar, deve apresentar o projeto que será votado pela Casa”, disse Henrique.
Operação
A investigação apontou que o grupo liderado por Budke tinha núcleos com atuação bem definida. Servidores públicos fraudaram disputa em licitações, a fim de direcionar o resultado para favorecer empresas.
Os editais foram elaborados sob medida e simulavam competição legítima. Somente no último ano, as fraudes ultrapassaram os R$ 15 milhões.
O esquema ainda pagava propina para agentes públicos que atestavam falsamente o recebimento de produtos e de serviços, bem como aceleravam os processos internos para pagamentos de contratos.
A Operação Spotless foi deflagrada a partir das provas da Operação Velatus, que foi realizada em agosto de 2024. O Gaeco e Gecoc obtiveram autorização da Justiça e confirmaram que Henrique Budke chefiava o esquema de corrupção.
Spotless é uma referência à necessidade de os processos de contratação da administração pública serem realizados sem manchas ou máculas. A operação contou com apoio operacional da PMMS (Polícia Militar de MS), por meio do BPCHq (Batalhão de Choque) e do Bope (Batalhão de Operações Especiais).
Vice assume lugar de prefeito preso
O vice-prefeito de Terenos, Arlindo Landolfi (Republicanos), foi empossado na chefia do Executivo Municipal na manhã da última sexta-feira (12). O prefeito Henrique Budke (PSDB) está preso desde terça-feira (9) e pediu afastamento na quinta-feira (11).
Arlindo Landolfi Filho tem 46 anos e é médico. Natural de Ponta Porã, disputou o primeiro cargo público em 2024, como vice na chapa de Budke.
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(Revisão: Bianca Iglesias)