Como prometido, o vereador Maicon Nogueira (PP) usou a sessão ordinária da Câmara de Campo Grande, nesta terça-feira (16), para nominar os diretores do Consórcio Guaicurus, os quais, ao seu ver, devem ser alvos do indiciamento mencionado no relatório final da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) que investigou a precariedade do serviço ofertado pelo grupo detentor do transporte coletivo da Capital. Além disso, pediu a intervenção imediata no contrato bilionário de concessão.
O texto não nomina, mas direciona o pedido de responsabilização dos crimes de improbidade, peculato e exposição da vida ou da saúde de outrem a perigo direto e iminente a “todos os diretores e ex-diretores do Consórcio Guaicurus”.
A forma como o relatório traz a menção aos ‘chefões’ do Consórcio causou divergência entre os membros da comissão, implicando em manifestação do parlamentar, que defendeu a citação explícita. Por essa razão, também, Maicon não assinou o relatório final, mesmo concordando com o teor do texto.
“Não consegui incluir no relatório e, apesar do respeito que tenho pela comissão, tenho algumas pontuações que não constaram. Um exemplo é o indiciamento no CPF dos diretores e donos do Consórcio Guaicurus. Poderíamos ter sido mais agudos no relatório. Por motivos de transparência, quero deixar claro o que defendi. Pedi o indiciamento do diretor João Rezende, por improbidade administrativa e possíveis crimes de peculato, exposição da vida e crime de omissão de socorro. Sugeri também o indiciamento de Paulo Brito de Oliveira, diretor de operações do Consórcio por improbidade administrativa e peculato”, afirmou, durante sua manifestação no pequeno expediente nesta manhã, 16/9.
Pedido de intervenção
Maicon pediu ainda a intervenção da Prefeitura de Campo Grande no contrato bilionário de concessão do transporte coletivo. Segundo o parlamentar, “existem mecanismos administrativos que a prefeita pode fazer pelos motivos enfrentados pelos usuários do Consórcio”.
A CPI coletou mais de 600 denúncias contra o serviço, que também ouviu cidadãos em audiência popular, para expor toda a precariedade enfrentada pelos usuários no dia 25 de junho.
O relatório final da CPI concentrou diversas irregularidades elencadas durante os trabalhos da comissão, iniciados em março, dos quais se destacam o estado de sucateamento da frota, com mais da metade dos ônibus com vida útil superior ao estabelecido em contrato, além da ausência de fiscalização das agências de regulação do município e a constante alegação de déficit financeiro por parte do consórcio, mesmo diante do lucro bilionário obtido ao longo dos anos de contrato.
O vereador Maicon Nogueira afirmou ainda que seus pareceres serão encaminhados de forma independente para ciência do Ministério Público de Mato Grosso do Sul.
💬 Receba notícias antes de todo mundo
Seja o primeiro a saber de tudo o que acontece nas cidades de Mato Grosso do Sul. São notícias em tempo real com informações detalhadas dos casos policiais, tempo em MS, trânsito, vagas de emprego e concursos, direitos do consumidor. Além disso, você fica por dentro das últimas novidades sobre política, transparência e escândalos.
📢 Participe da nossa comunidade no WhatsApp e acompanhe a cobertura jornalística mais completa e mais rápida de Mato Grosso do Sul.
(Revisão: Dáfini Lisboa)