A moção de protesto contra o grito da Polícia Militar, colocada em discussão pela vereadora Luiza Ribeiro, do PT, não foi aprovada pela Câmara de Campo Grande. A proposta causou um debate acalorado nesta terça-feira (5), na primeira sessão ordinária do segundo semestre de 2025.
Foram 20 votos contrários e quatro favoráveis. O debate se deu em torno da intenção da parlamentar ao criticar as palavras violentas entoadas por soldados da corporação, que, durante treinamento, cantaram ‘Bate na cara, espanca até matar. Arranca a cabeça dele e joga ela pra cá’. O grito de guerra continua: ‘O interrogatório é muito fácil de fazer. Eu pego o vagabundo e bato nele até morrer’. Por fim, o grupo declara que a PM de Mato Grosso do Sul é ‘A tropa que cancela CPF’.
A parlamentar salientou que não é contra a corporação, mas que é preciso se atentar aos excessos. “A nossa moção apoia a PM, mas eles erraram e não vou passar a mão na cabeça. Aqui, no PT, não vamos arrancar a cabeça no interrogatório, e sim vamos ouvir com advogado, de acordo com a Constituição brasileira. Não podemos deixar que Mato Grosso do Sul, Estado que teve pico de 390 mortes com intervenção militar, mesmo diminuindo, está no topo. Não podemos passar pano”.
Rafael Tavares, do PL, disse que a moção defende bandido. “Case com alguém que te defenda igual ao PT defende bandido”. Ana Portela (PL) também questionou, dizendo que “É fácil defender bandido no ar-condicionado”.
Herculano Borges, do Republicanos, disse que o grito foi em um quartel e que a PM de MS é uma das melhores do Brasil. “Mesmo na fronteira, faz um ótimo trabalho. Não tem como apoiar a criminalidade. Se vota contra a polícia, acaba votando na criminalidade”, disse Herculano Borges.
“Eu acho que não cabe a moção. Eles estavam em um ambiente que precisa ser como se fosse para uma guerra. O policial precisa estar preparado para enfrentar o que encontra pelos bairros. Podemos ainda debater a maioridade penal. Tem menor matando. É preciso ter firmeza e apoiar a corporação. Muitas pessoas não fazem BO por falta de estrutura”, disse Junior Coringa do MDB.
Landmark do PT disse que não vai mudar a posição na Casa de Leis. “Nós temos um debate distorcido na Casa. Luiza trouxe pesquisas. Eu sou a favor da vida. Eu defendo a vida, e não a morte ou a tortura. Eu tenho muitos amigos dentro da polícia. Sou a favor das corporações, mas o debate é a forma como estão fazendo com o estudante da polícia”, disse.
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