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Política

MPF barra arquivamento de ação da Lava Jato contra Delcídio, mas aponta risco de prescrição

Pedido de arquivamento feito pelo MPMS foi considerado 'prematuro', apontando que indícios de 'caixa dois' devem ser apurados
Vinicios Araujo -
Delcídio tentou retornar à vida pública em 2024, mas foi o menos votado na disputa pela prefeitura de Corumbá. (Foto: Henrique Arakaki, Arquivo Midiamax)

A 2ª Câmara de Coordenação e Revisão do MPF (Ministério Público Federal), em Brasília, barrou por unanimidade a tentativa de arquivar a investigação por crime eleitoral contra o ex-senador Delcídio do Amaral, em um desdobramento da Operação Lava Jato.

A decisão, tomada em sessão de 15 de setembro e publicada nesta quarta-feira (10) no Diário Oficial do MPF, oficializa o entendimento de que o pedido de arquivamento feito pela Promotoria Eleitoral de foi “prematuro” e que os indícios de “caixa dois” devem ser apurados.

Novo elemento

A deliberação do colegiado, no entanto, adicionou um novo elemento ao caso: foi determinado que a promotoria local analise se o crime já prescreveu. A recomendação se baseia no fato de que Delcídio tem mais de 70 anos, o que, segundo o artigo 115 do Código Penal, reduz pela metade o prazo que o Estado tem para processar e punir um réu.

Assim, a decisão da cúpula do MPF consolida o revés à medida inicial do Ministério Público de Mato Grosso do Sul. Em 2020, o órgão havia solicitado o arquivamento da parte eleitoral do processo apenas um dia após recebê-lo da Justiça Federal.

A manobra foi classificada pela defesa do ex-senador como um “by-pass processual”, embasamento que motivou recurso, acatado em junho de 2023, pelo ministro Raul Araújo, do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), que ordenou a reanálise do caso.

Retorno processual

Agora, o Ministério Público Federal, por meio de sua instância revisora, confirma a irregularidade e determina que a investigação prossiga. Contudo, a análise da prescrição pode favorecer a situação do ex-senador.

Isso porque os promotores em terão que, ao mesmo tempo, aprofundar as investigações sobre o suposto uso de recursos ilícitos na campanha de Delcídio, em 2006, e calcular se o tempo para uma eventual punição já não se esgotou.

Com a decisão, o processo retorna à 8ª Zona Eleitoral de Mato Grosso do Sul.

Delcídio: o primeiro delator da Lava Jato

Delcídio foi o primeiro delator da Lava Jato. Na época das investigações, o político sul-mato-grossense confessou ter procurado ex-diretores da Petrobras para obter recursos ilícitos com a finalidade de custear sua campanha em 2006. A propina, segundo o Ministério Público Federal, foi de cerca de US$ 1 milhão pagos em espécie.

Em novembro de 2015, Delcídio chegou a ser preso, acusado de obstruir as investigações. Na época, ocupava posto de líder do governo Dilma Rousseff (PT) no Senado e inaugurou uma escalada de tensão para o governo petista na Casa Alta.

A delação de Delcídio abalou a sua relação com PT, partido em que foi filiado por mais de dez anos. Após a delação em 2016, irritando o núcleo petista, Delcídio teve o mandato cassado e retornou ao reduto político em .

Em 2024, a Segunda Turma do STF decidiu derrubar a decisão monocrática do ministro Edson Fachin, que obrigava o ex-senador a quitar a multa de R$ 1,5 milhão acertada com o Ministério Público Federal durante o acordo de colaboração premiada.

No mesmo ano, o político tentou retornar à vida pública, disputando as eleições municipais na briga pela prefeitura de Corumbá, desta vez filiado ao PRD (Partido Renovação Democrática). Ele foi o menos votado entre os 4 postulantes, ficando com apenas 10% dos votos, o que representou 5.043 eleitores.

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(Revisão: Dáfini Lisboa)

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