A vereadora Ana Portela, do PL, usou as redes sociais para rebater uma petição do vereador Maicon Nogueira, do PP. O documento pede a intervenção do Consórcio Guaicurus, empresa responsável pelo transporte público em Campo Grande.
Ana Portela acredita que o documento é desnecessário, já que a Câmara da Capital recentemente concluiu uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) que investigou o Consórcio Guaicurus. Na ocasião, Maicon, que era membro do colegiado, não concordou com algumas informações e resolveu, por conta própria, criar uma petição pedindo a intervenção da empresa.
O relatório final da CPI foi entregue no último dia 12 de setembro, mas, de acordo com Nogueira, no documento não constavam medidas mais firmes, como o indiciamento de ex-dirigentes do Consórcio e de gestores municipais por improbidade administrativa, peculato e prevaricação.
Entre os nomes citados pelo vereador estão João Rezende e Paulo Vitor Brito de Oliveira, ligados ao Consórcio Guaicurus, além de Janine de Lima Bruno e Odilon de Oliveira Júnior, ex-presidentes da Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito) e Agereg (Agência Municipal de Regulação dos Serviços Públicos).
Durante o pronunciamento na Casa de Leis, o parlamentar declarou ainda apoiar a intervenção imediata no contrato de concessão, o que, segundo ele, não constou no Relatório Final apresentado pela CPI, o que também motivou o Parlamentar a não assinar o documento. Mas Ana Portela contestou o colega da Câmara, alegando que todas as informações relatadas por Maicon estariam na CPI, da qual ela foi relatora.
“Eu fui relatora de uma CPI histórica. Terminou o relatório, onde trabalhei nele por mais de seis meses. Levamos o documento de forma imparcial e técnica para que a população realmente conseguisse ter as respostas necessárias e assim a gente fez. Eu escuto todos os dias que fulano está pedindo intervenção e me questionam porque eu não pedi intervenção do contrato. A pessoa que pediu a petição será que leu o relatório? Lá tem todas as opções, tem a parte da intervenção, que inclusive existe legalidade para o Executivo interromper hoje o contrato. O transporte de Campo Grande está horrível e ninguém aguenta mais pagar caro. Eu peguei ônibus a vida toda, colocamos tudo detalhado”, disse a vereadora.
Ana Portela ainda cobrou atitudes dos órgãos competentes, para os quais o relatório final da CPI foi encaminhado. O autor da petição questionou que no documento não constava o nome dos gestores e na contramão, a vereadora debateu alegando no documento consta que todos devem ser indiciados.
No final, pelo que parece, os vereadores debateram sobre forma harmoniosa e chegando a um consenso.
“Obrigado pelas explicações. Importante é que todos nós estamos trabalhando pela melhoria do transporte. Eu aposto na mobilização popular para que os agentes públicos se sintam pressionados. Sei da seriedade do seu trabalho e respeito muito”, concluiu Nogueira.
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(Revisão: Bianca Iglesias)
