O vereador Carlos Augusto Borges, o Carlão, foi reconduzido à presidência do Diretório Municipal do PSB em Campo Grande, em eleição realizada na manhã desta segunda-feira (13) na Câmara de Vereadores. A manutenção do comando ocorre em meio a um impasse no partido sobre os alinhamentos para as eleições de 2026, que pode culminar na saída do presidente regional da sigla, o deputado estadual Paulo Duarte.
Carlão, que é o único vereador do partido na Capital, afirmou que a decisão pela sua permanência por mais dois anos se baseia na necessidade de quem detém mandato assumir a responsabilidade pela articulação política. “Eu acho que quem tem mandato e sai fora, a responsabilidade para outra pessoa é ruim. A gente tem que continuar. Eu acho que a gente tem mandato, algumas coisas que o partido precisar, a gente é mais fácil de arrumar”, declarou.
A chapa municipal sofrerá alterações, com a mudança de aproximadamente seis nomes e a inclusão de Kelly Cristina da Costa Leal na vice-presidência, cargo que não ocupava anteriormente. Segundo o vereador, uma tentativa de alçá-la à vice-presidência no momento de sua filiação não foi possível devido a regras internas que só permitem mudanças em convenções ou encontros partidários.
Impasse
Enquanto o diretório municipal se organiza, a principal indefinição reside na esfera estadual. O presidente do PSB-MS, deputado Paulo Duarte, confirmou a possibilidade de deixar o partido. O motivo, segundo ele, não é um descontentamento interno, mas a falta de uma definição da executiva nacional sobre o apoio à reeleição do governador Eduardo Riedel (PP).
“Estou muito à vontade, tanto é que eu vim aqui pra prestigiar o Carlão, que é meu amigo, à recondição dele na presidência do PSB. E uma eventual saída minha não é por conta de eu não estar bem. Tô muito bem dentro do PSB. Agora, vai ter uma eleição ano que vem, né? E eu já tenho o meu candidato a governador, que é Eduardo Riedel, e não há uma definição nacional”, afirmou Duarte.
“A questão não é a esquerda ou a direita, é a questão de não definição de apoio a Eduardo Riedel”, completou.
O governador de Mato Grosso do Sul tem o apoio da cúpula do PSB no Estado, mas sua filiação a um partido de direita e o fato de o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, ser do PSB criam um conflito com a orientação nacional da sigla, alinhada ao governo federal.
Duarte informou que ainda não tem um destino partidário definido e que tem conversado com diversas legendas, como PSDB, MDB e PSD. Por enquanto, ele permanece na presidência estadual, sem uma data para a saída. A decisão, segundo ele, “é mais deles [da executiva nacional] do que minha”.
Busca por sucessor
Com a provável saída de Duarte, Carlão adiantou que irá a Brasília, possivelmente na próxima semana, para discutir com a direção nacional a sucessão no comando do partido no Estado. A intenção é garantir que o PSB-MS possa indicar o novo presidente.
“Vamos ver lá se eu consigo, pela história que a gente tem no partido, a gente indicar o sucessor”, explicou o vereador. Ele citou que a sigla possui nomes internos com histórico, como o ex-deputado estadual Lauro Davi e o ex-vereador Abadio Rezende, que são filiados.
As conversas sobre a sucessão envolverão Paulo Duarte e Ricardo Ayashi.
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(Revisão: Dáfini Lisboa)