O vereador Maicon Nogueira (PP) acredita que a paralisação por falta de pagamento de vale aos motoristas pode ser uma manobra supostamente ocasionada pela própria empresa responsável pelo transporte público de Campo Grande, o Consórcio Guaicurus.
“O sindicato é controlado pela empresa, então, é óbvio que essa medida foi calculada pela direção do consórcio, justamente porque flagramos os motoristas chegando no horário normal para trabalhar. Ou seja, nem eles sabiam da paralisação. A Prefeitura tem que interpretar isso como mais uma afronta e não cumprimento do contrato. Querem mais dinheiro público e temos que pôr fim a isso”, disse o vereador.
Apesar de a empresa ter contrato de R$ 3,4 bilhões, deixou de pagar o vale dos motoristas. Recentemente, os empresários do ônibus já haviam anunciado ameaçar acabar com os contratos de vale-transporte com empresas públicas e privadas se continuarem recebendo penalidades de forma ‘indiscriminada’, como chamam.
Agora, após confessar erro, o Consórcio Guaicurus perdeu ação para se livrar de multas por irregularidades no transporte coletivo de Campo Grande. Dessa vez, a Justiça negou pedido e mandou a empresa pagar o valor atualizado total de R$ 59,8 mil, além das custas processuais, que ainda serão levantadas pelo TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul).
Apesar de ter receita de R$ 1,8 bilhão, o Consórcio Guaicurus insiste que as multas aplicadas pela Agetran podem comprometer o caixa da empresa. No entanto, os empresários do ônibus bancam time de advogados para lutar pelas suas causas — mais dinheiro público.
POSSÍVEL PARALISAÇÃO GERAL
O presidente do STTCU (Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Coletivo e Urbano de Campo Grande), Demétrio Freitas, informou que a paralisação dos ônibus, na manhã de hoje, aconteceu em forma de protesto para pressionar o Consórcio Guaicurus a realizar o pagamento do adiantamento de salário. A categoria pode paralisar totalmente na próxima segunda-feira (27).
A paralisação desta manhã terminou por volta das 6h30, com a retomada gradual dos coletivos. Segundo Demétrio, a expectativa é de diálogo com a administração do consórcio sobre uma previsão do pagamento do vale, que estava previsto para segunda-feira (20).
“Hoje não será [paralisação] o dia inteiro. Era um protesto, um movimento, para pressionar o Consórcio Guaicurus a efetuar o pagamento do vale o mais rápido possível. Caso não aconteça, aí, sim, a gente vai deliberar, fazer uma assembleia para uma paralisação total. Aí, sim, seria o dia inteiro”, descreve.
MANHÃ DE ATRASOS
Na terça-feira (21), o sindicato havia relatado que recebeu um comunicado do Consórcio Guaicurus, alegando a dificuldade financeira para arcar com os pagamentos por falta de repasse do município.
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(Revisão: Dáfini Lisboa)