O secretário municipal de administração, Maicon Bezerra Nonato, investigado por suposto envolvimento em esquema de corrupção milionário durante Operação Spotless, foi exonerado do cargo na prefeitura de Terenos, distante 30 quilômetros de Campo Grande. A exoneração foi publicada no Diário Oficial da Assomassul desta quarta-feira (17).
Além da exoneração do secretário, o prefeito interino de Terenos, Arlindo Landolf Filho do Republicanos também publicou um decreto suspendendo, por 90 dias, os contratos com as empresas investigadas em um esquema de corrupção milionário.
Conforme o decreto, o município pode adotar contratos emergenciais para serviços considerados essenciais. Toda mudança no Executivo de Terenos aconteceu após a Operação Spotless, deflagrada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) e Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrupção) no último dia 9 de setembro.
A operação resultou na prisão do então prefeito Henrique Budke (PSDB). O esquema de corrupção em licitações ultrapassa os R$ 15 milhões. O chefe do Executivo afastado pediu o afastamento do cargo na quinta-feira (11).
Operação do Gaeco em Terenos prende prefeito
Foram expedidos 16 mandados de prisão, além de 59 mandados de busca e apreensão em Terenos, Campo Grande e Santa Fé do Sul (SP).
Veja a lista investigados:
HENRIQUE WANCURA BUDKE
ARNALDO SANTIAGO
ARNALDO SANTIAGO LTDA.
CLEBERSON JOSE CHAVONI SILVA
BONANZA COMÉRCIO E SERVIÇOS LTDA.
EDUARDO SCHOIER
CONECT CONSTRUÇÕES
FÁBIO ANDRÉ HOFFMEISTER RAMIRES
TERCAM CONSTRUÇÕES LTDA.
FERNANDO SEIJI ALVES KUROSE
CONSTRUTORA KUROSE LTDA.
GENILTON DA SILVA MOREIRA
BASE CONSTRUTORA E LOGÍSTICA
HANDER LUIZ CORREA GROTE CHAVES
HG EMPREITEIRA & NEGÓCIOS LTDA.
ISAAC CARDOSO BISNETO
LEANDRO CÍCERO ALMEIDA DE BRITO
NADIA MENDONÇA LOPES
LOPES CONSTRUTORA E EMPREITEIRA LTDA.
ORLEI FIGUEIREDO LOPES
SANDRO JOSÉ BORTOLOTO
ANGICO CONSTRUTORA E PRESTADORA DE SERVIÇOS LTDA.
SANSÃO INÁCIO REZENDE
CONSTRUTORA E EMPREITEIRA REAL
TIAGO LOPES DE OLIVEIRA
D’AÇO CONSTRUÇÃO E LOGÍSTICA LTDA.
VALDECIR BATISTA ALVES
ALEXANDRE OLIVEIRA PINHEIRO
FORTES CONSTRUTORA LTDA.
ARNALDO GODOY CARDOSO GLAGAU
AGPOWER ENGENHARIA E CONSTRUÇÕES LTDA.
CELSO RICARDO GAZOLA
GS SERVIÇOS E CONSTRUTORA LTDA.
DANIEL MATIAS QUEIROZ
CONSTRUTORA QUEIROZ LTDA.
EDNEIA RODRIGUES VICENTE
LIMPE BEM
FELIPE BRAGA MARTINS
B2 EMPREENDIMENTOS LTDA.
FERNANDA FIDELIS DE SOUZA
FERNANDO GOMES CAMARGO
GS SERVIÇOS E CONSTRUTORA LTDA.
JUCÉLIA MARIA DE OLIVEIRA
TERCAM CONSTRUÇÕES LTDA.
LUZIANO DOS SANTOS NETO
B2 EMPREENDIMENTOS LTDA.
MAICON BEZERRA NONATO
PREFEITURA MUNICIPAL DE TERENOS/MS (Secretaria de Administração)
MARCOS DO NASCIMENTO GALITZKI
GOMES & AZEVEDO LTDA.
RINALDO CORDOBA DE OLIVEIRA
TECNIKA CONSTRUÇÃO E LOCAÇÃO DE EQUIPAMENTOS LTDA.
ROGÉRIO LUÍS RIBEIRO
MARSOFT INFORMÁTICA, CONSTRUÇÕES E SERVIÇOS
STENIA SOUSA DA SILVA
RS CONSTRUÇÕES E SERVIÇO LTDA.
VANUZA CANDIDA Jardim
JARDIM APOIO EM GESTÃO EMPRESARIAL E EVENTOS LTDA
Esquema de corrupção milionário
O prefeito de Terenos chefiava o esquema de fraude em licitação. Henrique Budke é apontado como líder da organização criminosa alvo da Operação Spotless, deflagrada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) e Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrupção) no dia 9 de setembro.
A investigação apontou que o grupo liderado por Budke tinha núcleos com atuação bem definida. Servidores públicos fraudaram disputa em licitações, a fim de direcionar o resultado para favorecer empresas.
Os editais foram elaborados sob medida e simulavam competição legítima. Somente no último ano, as fraudes ultrapassaram os R$ 15 milhões.
O esquema ainda pagava propina para agentes públicos que atestavam falsamente o recebimento de produtos e de serviços, bem como aceleravam os processos internos para pagamentos de contratos.
A Operação Spotless foi deflagrada a partir das provas da Operação Velatus, que foi realizada em agosto de 2024. O Gaeco e Gecoc obtiveram autorização da Justiça e confirmaram que Henrique Budke chefiava o esquema de corrupção.
Spotless é uma referência à necessidade de os processos de contratação da administração pública serem realizados sem manchas ou máculas. A operação contou com apoio operacional da PMMS (Polícia Militar de MS), por meio do BPCHq (Batalhão de Choque) e do Bope (Batalhão de Operações Especiais).
(Matéria editada às 11h50 para correção de informações).
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(Revisão: Bianca Iglesias)
