A vereadora Luiza Ribeiro (PT), membro da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Consórcio Guaicurus, afirmou nesta quarta-feira (22) que a empresa não pode justificar o atraso no adiantamento salarial dos motoristas alegando falta de fluxo de caixa.
“Não é possível que o consórcio, que vende tudo à vista, alegue insuficiência de caixa para atrasar vale”, declarou a parlamentar, após a paralisação parcial dos ônibus ocorrida nesta manhã em Campo Grande.
Segundo a vereadora, o consórcio recebe grande parte dos valores de forma antecipada. Ela argumenta que empresas compram o vale-transporte para 30 dias e usuários também abastecem seus cartões com múltiplas passagens. Luiza Ribeiro citou ainda “outras receitas como de propaganda” que, segundo ela, impediriam a alegação de insuficiência de caixa.
Os empresários do consórcio detém contrato bilionários para ter concessão exclusiva do transporte. Eles são alvos de pedido de indiciamento no relatório final da CPI que investigou o serviço sob suspeita de por atos de improbidade administrativa, peculato, prevaricação e por expor a vida de passageiros a perigo.
No Ministério Público do Trabalho, a denúncia dos vereadores aponta suspeitas de irregularidades trabalhistas, como jornadas exaustivas.
A paralisação dos motoristas de ônibus, registrada nas primeiras horas da manhã desta quarta-feira (22), é motivada pelo atraso no pagamento do adiantamento salarial, compromisso que era previsto para segunda-feira (20).
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Coletivo e Urbano (STTCU), Demétrio Freitas, informou que foi um protesto para pressionar a empresa. A retomada gradual dos coletivos iniciou por volta das 6h30.
Conforme Freitas, o consórcio alegava falta de dinheiro. Segundo apurou o Midiamax, a categoria pode deliberar por uma paralisação total na próxima segunda-feira (27), caso o pagamento não ocorra.
Na avaliação de Luiza Ribeiro, os funcionários não podem ser penalizados por “erro de gestão da empresa”. Ela questionou “como uma empresa com um contrato de 30 anos e 460 veículos não consegue cumprir cláusulas básicas, como o pagamento dos trabalhadores”.
A parlamentar mencionou irregularidades apuradas pela CPI, como as condições de trabalho dos motoristas, que, segundo ela, recebem “um dos piores salários” da categoria no Brasil e atuam em “condições desumanas”, com ônibus precários. Conforme a vereadora, a CPI comprovou que 196 veículos deveriam ter sido trocados.
Para Luiza Ribeiro, os principais penalizados pela situação são os trabalhadores do transporte e os usuários, devido à “irresponsabilidade do consórcio”.
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