Pular para o conteúdo
Transparência

Desmembramento de ação contra Reinaldo e mais 23 é pautado na Corte Especial do STJ

Agravo movido pelo MPF contra decisão que isolou Reinaldo no STJ está pautado para quinta-feira
Arquivo -

Após adiamento, a Corte Especial do STJ (Superior Tribunal de Justiça) pode julgar na próxima quinta-feira (22) o agravo regimental movido pelo MPF (Ministério Público Federal) contra o desmembramento da Ação Penal 980, que denunciou o governador (PSDB) e mais 23 em crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

A matéria estava prevista para julgamento no último dia 7 de abril, conforme movimentação processual do sistema do STJ. Contudo, a Ação Penal 980 não constava na pauta da Corte Especial do STJ. A mesma situação ocorre na pauta desta quinta-feira, ou seja: embora prevista, há possibilidade do agravo não ser, mais uma vez, julgado. Procurado pela reportagem, o STJ ainda não posicionou o Jornal Midiamax.

O Agravo regimental foi movido pelo MPF dianta do desmembramento da ação, com base em decisão interlocutória do relator da ação, ministro Felix Fischer, em 11 de fevereiro. Para o relator, somente Reinaldo Azambuja deve ser julgado no STJ, por ter foro privilegiado. Os demais deveriam ser julgados na Justiça Estadual de MS. Neste contexto, em 26 de fevereiro, a subprocuradora-geral da República, Lindôra Araújo, recorreu em agravo regimental, a fim de manter na corte o julgamento de todos os integrantes do núcleo principal do esquema de propina.

Isso porque, para o MPF, o desmembramento da ação pode resultar na descaracterização, por exemplo, da organização criminosa que seria comandada por Reinaldo, além de ocasionar insegurança jurídica em conflitos de decisões. O recurso do MPF, portanto, quer manter ao menos o segundo escalão do grupo chefiado pelo governador do Estado sob a alçada do STJ. O núcleo é tido como responsável pelas tratativas para levar o esquema adiante e pela operacionalização do recebimento da propina.

Integram o segundo escalão o filho de Reinaldo, Rodrigo Souza e Silva; o conselheiro do TCE-MS (Tribunal de Contas do Estado) e ex-secretário de Estado de Fazenda, Márcio Campos Monteiro; a secretária e chefe de gabinete de Reinaldo, Cristiane Andréia de Carvalho dos Santos; os empresários João Roberto Baird e Antônio Celso Cortez; o tesoureiro da campanha de Reinaldo em 2014, Ivanildo da Cunha ; o corretor de gado José Ricardo Guitti Guimaro; e os donos do frigorífico Buriti, Pavel e Daniel Chramosta. Todos os nove foram denunciados com Reinaldo pelo crime de organização criminosa.

A denúncia do MPF aponta que Reinaldo era o chefe da organização criminosa instalada no estadual. No comando do esquema, o tucano teria recebido R$ 67,7 milhões em propina do grupo JBS, entre 2014 e 2016, por meio de doações de campanha e emissão de notas fiscais falsas de venda de carne e gado – os “bois de papel”. Em troca, a JBS ganhou incentivos fiscais que desfalcaram os cofres do governo do Estado em R$ 209,7 milhões.

Mais desmembramentos

Caso a Corte Especial mantenha a decisão de Felix Fischer de desmembrar a Ação Penal 980, há possibilidade de que o recebimento da denúncia na Justiça Estadual tenha nova cisão: assim como decidiu o STJ sobre isolar Reinaldo Azambuja em razão deste estar no cargo de governador, as possibilidades que se abrem também serão determinadas com base no entendimento da Justiça sobre o foro de parte dos denunciados, o que ocorrerá no ato do recebimento dos autos.

O que ocorre é que, como dois dos denunciados possuem – em tese – foro privilegiado, isso poderá interferir na distribuição. São eles: Marcio Monteiro, conselheiro Estadual de Contas de Mato Grosso do Sul, ex-deputado estadual e ex-secretário de finanças, apontado como responsável por parte das tratativas; e o deputado Zé Teixeira (DEM), que teria emitido notas irregulares, segundo o MPF.

A partir disso, o desembargador que receber o ofício fará análise dos autos para avaliar se a denúncia permanecerá no , por força do foro dos requeridos; se desmembrará a denúncia conforme o foro (mantendo os requeridos com foto no TJMS e os demais em uma das varas criminais de ); ou se distribui a ação diretamente para a primeira instância.

“O desembargador pode decidir com base no entendimento do STF (Supremo Tribunal Federal), no qual o foro só é aplicado pelo real exercício do mandato e eventual crime cometido durante a vigência do próprio mandato”, detalhou ao Jornal Midiamax o advogado Carlos Marques, que representa Zé Teixeira na ação.

Desta forma, o desembargador pode entender que não seria o caso de aplicar a regra do foro privilegiado, uma vez que os supostos crimes ocorreram quando Marcio Monteiro era secretário de Estado. No caso de Zé Teixeira, acusado de emitir cerca de R$ 1,5 milhão em notas frias para legalizar propina da JBS a Reinaldo, os atos não teriam relação com a atuação parlamentar.

Compartilhe

Notícias mais buscadas agora

Saiba mais

Afogamento: bebê de 11 meses abriu trinco de proteção de porta e caiu em piscina de casa em MS

Barroso decide votar em ação sobre aborto antes de se aposentar do STF

Campo Grande e interior de MS recebem atendimentos de saúde gratuitos pela Casa Rosa

Trump recebe Zelenski na Casa Branca e diz crer que conseguirá acabar com guerra na Ucrânia

Notícias mais lidas agora

Detran-MS

MP autoriza prorrogar pela oitava vez inquérito contra indicado de político por corrupção no Detran-MS

Ginásio Guanandizão (Foto: Divulgação/FVMS)

Supercopa de Vôlei atrai público de Campo Grande e interior ao Ginásio Guanandizão

consórcio ônibus petição

Petição contra Consórcio Guaicurus fecha semana com quase 8,4 mil assinaturas

Após meses de reabilitação, macacos-prego são devolvidos ao meio ambiente em fazenda de MS

Últimas Notícias

Mundo

Trump sinaliza que Maduro ofereceu concessões para aliviar tensões com os EUA

Petróleo e outros recursos minerais do país foram citados durante coletiva de imprensa

Polícia

Veja o vídeo: acidente entre carro e moto na Vila Bandeirante

Imagens de câmera de segurança mostram o momento do acidente

Transparência

TCE suspende licitação de R$ 1 milhão para projetos de arquitetura em Tacuru

Decisão acolheu parecer de técnicos, que apontaram falhas na licitação de projetos de arquitetura e complementares

Política

Câmara tenta implantar ajuda financeira para ‘hotelzinho de animais’ em Juti, mas prefeito veta iniciativa

Donos de pets deixam os animais em locais conhecidos como 'hotelzinhos' quando precisam se ausentar