Pular para o conteúdo
Transparência

Oito anos após auditoria, ex-prefeito é multado pelo TCE-MS e condenado a devolver R$ 14 mil

Fundo Municipal de Saúde de Bela Vista pagou multa de trânsito, teve gastos com veículos que não pertenciam à frota e deixou de ter apresentados documentos sobre contas
Arquivo -

Oito anos depois de concluída auditoria nas contas do Fundo Municipal de Saúde de –a 323 km de –, o Pleno do TCE-MS (Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso do Sul) cobrou do ex-prefeito Francisco Emanoel Albuquerque Costa a devolução de mais de R$ 14 mil, além de multa de 180 Uferms, por uma série de impropriedades no uso de recursos do órgão.

A decisão seguiu parecer do conselheiro Márcio Monteiro e foi acatada por unanimidade pelo Tribunal Pleno do TCE-MS. Ela foi elaborada a partir do relatório de auditoria 4/2013, da 6ª ICE (Inspetoria de Controle Externo) da Corte, que fiscalizou atos e processos administrativo, financeiro e patrimonial entre janeiro e dezembro de 2012.

No período, responderam pela Secretaria Municipal de Saúde Johnys Hérmory Denis Basso (até 30 de março de 2012) e Gislaine Regina Bergamo Godoi (até o fim do ano, quando terminou a gestão de Costa). O ex-prefeito se manifestou sobre as impropriedades, o mesmo não ocorrendo em relação aos ex-secretários.

Após análise do material levantado, Monteiro considerou que permaneceram algumas irregularidades. Entre elas, a contratação temporária de 39 profissionais de Saúde sem que os contratos fossem enviados ao TCE-MS. Segundo o ex-prefeito, servidores da Secretaria Municipal de Administração, responsável pelo detalhamento, não tinham capacitação para operar o sistema.

Outra situação envolveu o pagamento por serviços mecânicos em veículos locados sem identificação ou dados sobre periodicidade da locação, placa e combustível –que o prefeito afirmou ter ocorrido um erro formal na nota fiscal e reconheceu a falta de controle interno.

Também foram pagos R$ 3.170 em serviços mecânicos em veículos locados, sob o argumento de urgência e de que houve uma “pequena falha” em não acionar o contratado para ressarcir os gastos. Da mesma forma, foram gastos R$ 1.341,22 em manutenção de veículos locados para atender “necessidade urgente”.

O Fundo Municipal de Saúde ainda arcou com muita de trânsito de R$ 280,92, a qual não fora identificado o condutor e não se pediu ressarcimento; e R$ 2.711,12 para o abastecimento de veículos que não integravam a frota da Prefitura de Bela Vista.

Falta de controle na entrega de próteses dentárias

Outra inconsistência envolveu a compra de 58 próteses dentárias por R$ 8,7 mil, sem que fossem identificadas as pessoas que receberiam os materiais. A alegação é de que as próteses foram para pessoas carentes, porém, mais uma vez se apontou problemas com a falta de controle interno.

O fundo também gastou R$ 929 com um restaurante sem justificativa, levando o ex-prefeito a apontar ser “perfeitamente aceitável” o fornecimento de alimentação a servidores. De um contrato de até R$ 36.150, teriam sido gastos 6.296,50 em 2012. Contudo, ele deixou de encaminhar documentos justificando a alegação –resultando em voto pela impugnação do valor.

Outros R$ 1,2 mil teriam sido pagos a um engenheiro, servidor do município, a título de diárias –sob alegação de que ele atuou em trabalhos técnicos para obras de farmácias e consultórios municipais. Novamente, não foram anexados documentos comprovando a alegação.

Outro gasto contestado foi de R$ 300 em diária, que seria restituído –confirmando a irregularidade. O pagamento de salários a uma servidora da Saúde com recursos do fundo também foi questionado: embora seja efetiva e atuado na contabilidade do fundo, “ela não poderia ter sido remunerada” com verbas do FMS.

Convênio com hospital

Outra situação a ser sanada envolveu convênio de R$ 1,6 milhão com o São Vicente de Paula, gerido pela Beneficiária Hospitalar de Bela Vista, por não ser apresentada prestação de contas e manifestação do Conselho Municipal de Saúde.

Além disso, apesar de o valor ter sido definido, os repasses a título de subvenção ao hospital chegaram a R$ 2.367.541,05, sob alegação de situação de pública no setor hospitalar.

Sobre tal fato, também foi apontada falta de prestação de conas, que deveria ser enviada mensalmente à Câmara Municipal. O Conselho Municipal de Saúde se reuniu apenas em dezembro de 2012 para tratar do tema, sendo que Johnys Denis Basso, que integrava o colegiado e era secretário município, nao poderia participar da análise e julgamento da prestação de contas.

Conforme Francisco Costa, a demanda de serviços no hospital superou o limite de R$ 1,6 milhão, levando ao pediod de mais recursos, que enfrentou entrave político mediante questionamentos e pedidos de vista na Câmara Municipal. Em caráter emergencial, foi baixado decreto que garantiu o aporte extra.

O conselheiro advertiu que, novamente, nãoforam apresentados documentos sobre a análise dos repasses pelo Conselho de Saúde e Câmara Municipal, mantendo a irregularidade.

Márcio Monteiro votou pela impugnação de R$ 14.079,76, sob responsabilidade do ex-prefeito, a serem devolvidos aos cofres de Bela Vista. Os valores contemplam os gastos com veículos locados e manutenção de veículos de terceiros, multa de trânsito, combustível com automotores que não eram da frota e despesas e diárias pagas indevidamente.

Costa ainda foi multado em 20% do valor impugnado (R$ 3,8 mil) e multado em 180 Uferms (R$ 6,9 mil). O atual prefeito, Reinaldo Benites (o Reinaldo Piti, PSDB), foi acionado para envias os contratos temporários analisados no processo ao TCE-MS.

Compartilhe

Notícias mais buscadas agora

Saiba mais

Venezuela reforça fronteiras com Brasil e Colômbia após ataques de Trump

Bombeiros fazem buscas por corpo de homem no Rio Anhanduí em Campo Grande

soraya cpi

CPI de senadora de MS para investigar planos de saúde fecha semana com 12 assinaturas

Equipes da Supercopa de Vôlei fazem treino aberto ao público nesta sexta-feira

Notícias mais lidas agora

Detran-MS

MP autoriza prorrogar pela oitava vez inquérito contra indicado de político por corrupção no Detran-MS

Ginásio Guanandizão (Foto: Divulgação/FVMS)

Supercopa de Vôlei atrai público de Campo Grande e interior ao Ginásio Guanandizão

multas transporte

Juiz ignora ameaça de cortar vale-transporte e nega suspender multas contra o Consórcio Guaicurus

Campeonato de cubo mágico reúne 60 competidores neste final de semana em Campo Grande

Últimas Notícias

Mundo

China acusa EUA de violar regras da OMC com tarifas recíprocas e guerra comercial global

Desde 2023 a China emite relatórios sobre o desempenho americano na OMC, destacando o bullying comercial cometido pelos EUA

Cotidiano

Justiça Eleitoral realiza plantão de atendimento para eleitores que desejam regularizar título

Serão oferecidos serviços de cadastro biométrico, transferência de local de votação e atualização de dados

MidiaMAIS

Com prêmios de até R$ 6 mil, concurso elegerá melhores fotos de patrimônios históricos e culturais de MS

CAU/MS lança o 1º Concurso de Fotografia de Patrimônio Histórico e Cultural de Mato Grosso do Sul

Transparência

TCE-MS aprova contas de 5 cidades de MS, mas impõe ressalvas por enxergar ‘pequenas’ irregularidades

As gestões examinadas referem-se aos anos de 2021 e 2023; falhas são tidas como 'leves' e, por isso, não causa punições aos ex-prefeitos