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Transparência

Trutis quer armas apreendidas de volta e insiste na suspensão de inquérito sobre falso atentado

Além da devolução das armas apreendidas, Loester Trutis pediu acesso aos laudos periciais das armas e celulares confiscados pela polícia.
Arquivo -

O deputado federal (PSL-MS) e seu assessor Ciro Nogueira Fidelis pediram a devolução das armas apreendidas pela durante a Operação Tracker. A defesa do parlamentar alega que o armamento confiscado foi comprado legalmente e não é objeto de investigação.

Além da arma que motivou a prisão em flagrante de Loester Trutis – um fuzil T4 calibre 556 mm, da marca Taurus, avaliado em R$ 10 mil e de uso restrito -, os policiais também apreenderam uma pistola calibre 9 mm, com carregador e 14 munições, e um revólver calibre .357, com dez munições, na mesa da sala da casa do deputado, na Vila Carlota, em . Também acabaram recolhidos um pote em formato de caveira, com diversas munições, R$ 72,5 mil em dinheiro e um celular de Trutis.

O parlamentar disse aos policiais que a pistola e o revólver são de Ciro Fidelis, ao passo que o fuzil seria de Jovani Batista da Silva, do chamado “Movimento Conservador de Mato Grosso do Sul”. Fidelis e Silva confirmaram a versão em depoimentos aos agentes.

A defesa de Trutis e de seu assessor afirma que as armas apreendidas “foram adquiridas legalmente com autorização do Exército Brasileiro e pela própria Polícia Federal”. O argumento consta em petição protocolada ontem (20), no âmbito do inquérito no STF (Supremo Tribunal Federal) que investiga o suposto atentado contra o deputado, em fevereiro do ano passado.

O pedido ainda acusa a Polícia Federal de abuso de autoridade, pela apreensão de uma pistola Taurus, calibre 9 mm, na casa do irmão do deputado, Alberto Carlos Gomes de Souza. Os policiais justificaram que a arma foi recolhida porque Souza não mostrou registro. Além disso, o calibre seria “compatível com os fatos investigados”. A pistola foi periciada e, depois, devolvida.

Os policiais também apreenderam com o irmão de Trutis um certificado de registro expedido pelo Exército, de arma não especificada. A petição apresentada ontem (20) também requer a devolução deste documento.

Trutis pede acesso aos laudos periciais de armas e celulares confiscados

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Deputado Loester Trutis (PSL-MS) com arma idêntica à usada para atirar contra seu próprio carro, segundo investigações (Foto: Reprodução/Facebook)

Além disso, a defesa de Loester Trutis e Ciro Fidelis pediu acesso, em “prazo razoável”, a “todos os laudos, documentos, perícias técnicas, arquivos extraídos dos aparelhos celulares dos investigados”.

O celular do deputado federal foi enviado para o Instituto Nacional de Criminalística, em Brasília (DF), para extração de dados. Trutis se negou a informar a senha de acesso ao aparelho, o que dificultou o trabalho da superintendência regional e levou o delegado responsável pela investigação, Glauber Fonseca de Carvalho Araújo, a pedir mais tempo à ministra Rosa Weber, relatora do inquérito no STF.

Os dados dos celulares de Ciro Nogueira Fidelis e Jovani Batista da Silva já foram obtidos pela perícia. Somente os smartphones do assessor parlamentar produziram cerca de 100 GB de conteúdo. As armas apreendidas com Trutis e com os demais investigados também passaram pelo setor técnico-científico da PF.

De quebra, a defesa de Trutis e Fidelis insistiu na suspensão das investigações sobre o suposto ataque a tiros, enquanto o STF não julgar habeas corpus impetrado em dezembro. O recurso, distribuído ao ministro Dias Toffoli, pede exatamente o trancamento das investigações.

O presidente do STF, Luiz Fux, se absteve de julgar o habeas corpus durante o plantão judiciário, mas negou, em caráter liminar, outro pedido idêntico.

Investigação da PF concluiu que Trutis armou ataque a tiros

As investigações da Polícia Federal acerca do suposto atentado de fevereiro de 2020 se voltaram contra Loester Trutis a partir de trabalhos periciais. Laudos balísticos, de exame de local e informações de georreferenciamento entraram em rota de colisão com o que alegava o deputado e seu assessor.

Assim, a PF concluiu que o atentado foi simulado por Trutis, de olho em dividendos políticos e eleitorais. O parlamentar é um entusiasta voraz da flexibilização do Estatuto do Desarmamento.

A polícia identificou que ele sequer foi seguido no dia do suposto ataque a tiros. Além disso, a descrição dada pelo deputado federal sobre o veículo supostamente envolvido no atentado atentado contra ele levou os investigadores a uma caminhonete “antiga e deteriorada, que certamente não teria condições mecânicas razoáveis para ser utilizada em um atentado em face de alguém que estava embarcado em um potente Toyota Corolla”, conforme descreve o inquérito.

Com base no trabalho da PF, a ministra Rosa Weber deferiu os pedidos para busca e apreensão contra Trutis, seu irmão, Fidelis e Jovani Batista da Silva. Para a magistrada do STF, as provas obtidas no âmbito da investigação podem implicar Loester Trutis nos crimes de de fogo de uso permitido, disparo de arma de fogo, dano e comunicação falsa de crime.

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