Pular para o conteúdo
Transparência

Candidata falsificou declarações de Imposto de Renda para justificar doações à campanha

Fato ocorreu nas Eleições-2014, candidata falsificou declarações enviadas à Receita usando dados de pessoas que desconheciam a prática
Humberto Marques -
candidata-falsificou-declaracoes
Cartório Eleitoral de Aquidauana, de onde partiu sentença contra candidata que falsificou declarações. (Foto: Google Maps/2022/Reprodução)

Candidata a deputada federal nas Eleições-2014 pelo falsificou declarações de renda para justificar doações à sua campanha. É o que sustentou o Ministério Público Eleitoral em ação julgada na quinta-feira (26). Ela foi condenada à prestação de serviços comunitários e pagamento de 2 salários mínimos por crime eleitoral e teve os direitos políticos suspensos.

Daniela da Silva Santos declarou à Justiça Eleitoral ter recebido doações de pessoas que, na verdade, não efetuaram repasses — mas viram seus documentos pessoais e nomes sendo usados para legitimar os valores. Com a manobra, ela chegou a ter a prestação de contas aprovada com ressalvas na Justiça Eleitoral.

A sentença partiu do juiz Ronaldo Gonçalves Onofri, da 10ª Zona Eleitoral de , a 120 quilômetros de . Ele sentenciou Daniela a 2 anos de reclusão em regime aberto, substituindo a pena pelas prestações de serviço e pecuniária.

Conforme denúncia do Ministério Público Eleitoral, a campanha de Daniele usou dados pessoais (identidade, CPF, endereço e outros) de diversos eleitores para registrar doações no processo de prestação de contas. Contudo, muitos dos doadores negaram as transações — alguns sequer teriam condições econômicas para tanto.

Uma advogada, um contador e dois colaboradores da campanha foram denunciados, contudo, as provas contra eles não foram consideradas sólidas para fundamentar sua participação.

Pandemia paralisou processo sobre candidata que falsificou declarações

A denúncia de que a candidata falsificou declarações foi recebida em 10 de dezembro de 2019 e, com a pandemia de Covid-19, os atos presenciais da Justiça Eleitoral ficaram suspensos. A instrução do processo contou com depoimentos de pessoas que figuraram como doadoras sem ter efetuado, de fato, os repasses.

Uma delas afirmou não ter condições financeiras para a colaboração, enquanto outra disse ter repassado nome e número do CPF em troca de bilhetes para um show sertanejo.

Uma funcionária da campanha de Daniele também teve o nome inserido em recibo eleitoral sem autorização. E outra mulher, que disse sequer conhecer a candidata e não exercer atividade remunerada, teve seus dados remetidos à Receita à revelia. Outro citado confirmou a doação de R$ 1.050, mas negou ter feito declaração de anexada.

Candidata nega que falsificou declarações ou falhas em prestação de contas

Em depoimento, a então candidata negou que a denúncia fosse verdadeira. Ela assegurou não haver falhas nas prestações de contas, que foram aprovadas, e que seu papel era simplesmente “pedir votos”, narra a sentença. Além disso, citou problemas de ordem pessoal no comitê, que envolverem abusos moral, psicológico, físico e econômico.

“Restou demonstrado que a denunciada Daniele da Silva Santos, de posse do nome e dos dados pessoais das vítimas, confeccionou os recibos eleitorais sobre falsas doações em dinheiro, em prol da sua campanha a deputado federal, empregou referidos recibos na elaboração da prestação de contas perante a Justiça Eleitoral, além disso, providenciou a confecção das declarações de rendimentos junto à ”, pontuou a sentença.

“A denunciada era a principal e maior interessada em solucionar eventuais problemas decorrentes da sua campanha eleitoral. Por isso, para prestação de contas, valeu-se de diversos de recibos de doação eleitoral falsos e, considerando, diante da deflagração das representações contra os doadores, as contas prestadas já haviam sido aprovadas pelo Tribunal Regional Eleitoral, a denunciada buscou meios para manter as fraudes com os recibos às escondidas, por esse motivo se apressou com a realização das declarações de imposto de renda”, prosseguiu o juiz.

As contas da candidata foram julgadas em 19 de maio de 2015 e aprovadas com ressalvas.

Condenada que falsificou documentos teve a pena substituída

A sentença lista a ocorrência de delito por 11 vezes sucessivas. Além disso, 2 das 9 vítimas ainda sofreram com fraude na produção da declaração enviada à Receita para ocultar a fraude na prestação de contas.

A ex-candidata foi sentenciada a 2 anos e 10 meses de reclusão e 8 dias-multa em regime aberto. Contudo, a mesma foi substituída por 2 penas restritivas de direitos: para prestação de serviços comunitários ou a entidades públicas pelo tempo da pena e prestação pecuniária de 2 salários-mínimos.

Os direitos políticos de Daniele também ficarão suspensos enquanto perdurarem os efeitos da condenação. Cabe recurso, conforme publicado na edição de segunda-feira (30) do Diário de Justiça Eleitoral, já disponível para consulta.

Compartilhe

Notícias mais buscadas agora

Saiba mais

Ex-contador da prefeitura é preso por desviar mais de R$ 5,1 milhões de Inocência

VÍDEO: Ladrões invadem escritório, dormem no local e furtam 20 mil em eletrônicos

Turn Off: Justiça vai ouvir 79 testemunhas em ação por desvio de R$ 8 milhões da Apae

S10 furtada em Jaraguari é localizada no Jardim Centro-Oeste; duas mulheres são presas

Notícias mais lidas agora

Turn Off: Justiça vai ouvir 79 testemunhas em ação por desvio de R$ 8 milhões da Apae

bonito

Justiça nega liberdade a ex-secretário e empreiteiro presos por corrupção de desvios de R$ 4 milhões 

Brasileiro foi executado com 16 tiros em estacionamento de shopping na fronteira de MS

ASL celebra os vencedores do Concurso Ulysses Serra em noite de premiação nesta quinta

Últimas Notícias

Brasil

Brasil tem 47 casos de intoxicação por metanol; mortes chegam a nove

47 casos foram confirmados e 57 seguem em investigação

Polícia

Jovem preso após acidente fatal em avenida de condomínios de luxo em Dourados é levado para penitenciária

Outros três jovens sofreram ferimentos leves durante a colisão

Economia

Dólar recua pelo 4º pregão consecutivo e fecha abaixo de R$ 5,40

O PIB chinês cresceu 4,8% no terceiro trimestre

Trânsito

Com sinalização apagada, carro capota em avenida no Jardim Veraneio: ‘não é a primeira vez’

Acidente ocorreu no cruzamento entre Avenida Panamericana e rua Lise Rose, sentido Parque dos Poderes