Pular para o conteúdo
Transparência

Ibama multou Agesul em R$ 3 milhões por destruir riacho em trajeto de estrada no Pantanal

Crime ambiental aconteceu durante gestão de Reinaldo Azambuja e foi denunciado por pantaneiros aos fiscais federais
Renata Portela -
Barragem teria sido feita sem licença ambiental (Reprodução, Ibama)

A (Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos) foi multada em mais de R$ 3 milhões pela construção de uma pequena barragem no Pantanal de , no Corixo Mutum. A obra teria acontecido para que comitiva do então governador Reinaldo Azambuja (PSDB) passasse em 2021.

Pouco mais de uma semana após a visita do governador, equipe do (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) esteve na região. O grupo parou para almoçar em Porto Morrinho.

Foi então que moradores no Porto Esperança se aproximaram e informaram sobre o barramento do Corixo Mutum, afluente da margem esquerda do Paraguai, na Fazenda Paraíso. A denúncia apontava que o barramento foi feito pela Agesul para permitir que a comitiva de Azambuja tivesse acesso terrestre ao distrito, para o lançamento de obras.

Assim, os moradores mostraram vídeos das máquinas da Agesul no local. O problema é que não foi implantado sistema de drenagem para dar vazão às águas, interrompendo o fluxo natural.

Esses pantaneiros que vivem da pesca e catação de iscas para venda acabaram prejudicados. Após a denúncia, o Ibama notificou a Agesul para apresentar a autorização ambiental para construção daquela barragem.

No entanto, já em dezembro a Agesul ainda não havia tomado providências. Foi então que o Imasul sugeriu lavrar auto de infração pela obra, sem licença ambiental. O aterro tem aproximadamente 50 metros, por 10 de largura.

Desta forma, foi aplicada a multa de R$ 3.001.500. Só depois, a Agesul se manifestou, contestando a legalidade da multa e dizendo que foi “surpreendida por termo de embargo de obra”.

Inquérito foi instaurado

Após as denúncias apresentadas, o MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) instaurou inquérito civil e notícia de fato em junho de 2022. A partir daí, a Agesul alegou que a obra foi executada no período de seca e que essa passagem já existe há anos, para acesso à comunidade local.

Porém, conforme o parecer da promotora Ana Rachel Borges de Figueiredo Nina, o que se verificou é que chegou a existir uma barragem, mas depois eles abriram nova sem drenagem.

O Midiamax contatou a Agesul sobre a multa e o andamento do inquérito. Em resposta, a Agência afirmou que “O inquérito civil n° 06.2022.00000623-2 segue em tramitação, aguardando diligência do órgão ambiental de Corumbá. O governo atual reforça compromisso com a preservação do bioma pantaneiro e lembra que desde janeiro de 2023 determinou a paralisação de uma série de obras na região para melhor avaliação dos impactos”.

Vistoria técnica

Em 29 de novembro de 2022, equipe do MPMS foi até o aterro construído, com dois servidores da Agesul. Assim, foi recomendada a instalação de drenos, para permitir o fluxo natural da água no Corixo Mutum.

(Reprodução, Inquérito)

Isso porque há drenos, mas que só ‘funcionam’ em épocas de cheia. A intenção é de que a água possa fluir mesmo na estiagem, tanto no local próximo à confluência com o Rio Paraguai, quanto no local de construção da nova ponte de concreto.

Em documento, a Agesul citou o contrato para implantação da rodovia de acesso ao porto esperança, tema que foi tratado pelo governo Azambuja naquele evento em agosto de 2021.

O valor inicial do contrato foi de R$ 13.276.437,99. Em março, a Agesul ainda informou que tal empreendimento está devidamente licenciado. Sobre a barragem, não consta cópia da licença ambiental.

Contrato para rodovia

Em setembro de 2021, foi firmado contrato para a empresa Equipe Engenharia (CNPJ 82.595.174/0001-09). A empresa recebe R$ 13,2 milhões para executar o serviço de implantação em revestimento primário de rodovia não pavimentada, no acesso ao Porto Esperança, no município de Corumbá.

Conforme o extrato publicado pela Agesul, o serviço compreende o trecho no acesso ao Porto Esperança, trecho: BR-262 (km 700+218) — Distrito de Porto Esperança, com extensão de 11,233 km, no município.

O valor total é de R$ 13.276.437,99 com recursos do Fundersul (Fundo de Desenvolvimento Rural).

Compartilhe

Notícias mais buscadas agora

Saiba mais

Quem matou Odete Roitman? Campo-grandenses dão seus palpites sobre identidade do assassino

Bebê de 11 meses é reanimado e levado para hospital após se afogar em piscina de plástico

Durante intervenção policial, jovem é ferido a tiros e morre em aldeia de Dourados

Batayporã

Batayporã abre investigação por suspeita de fraude em licitação de quase R$ 1 milhão

Notícias mais lidas agora

Rombo de R$ 106 milhões no TCE-MS: STJ ‘enxuga’ ação para julgar Waldir Neves e Iran Coelho

treinadora volei supercopa

‘Momento de orgulho’: de Campo Grande, treinadora nacional de vôlei celebra Supercopa em sua cidade

Colégio Status realiza Prova de Bolsas e Aulão ENEM – Plano B

Sejuv oferece curso gratuito de mídias digitais e RH para jovens

Últimas Notícias

Brasil

Governo divulga regras para instrutores autônomos da ‘CNH sem autoescola’

Carteira Nacional de Habilitação pode passar por mudanças nas exigências

Loterias

Quem será o sortudo? Aposta de Campo Grande leva prêmio de R$500 mil na Loteria Federal

Bilhete foi comprado na Lotérica Trevo Hiroy, na Vila Alba

Cotidiano

Suspeita de veículo clonado? Detran orienta como proceder em casos de fraude

Ao notar notificações e multas suspeitas, o primeiro passo é fazer boletim de ocorrência e solicitar perícia veicular

Transparência

Mamadeiras para centros infantis de Três Lagoas vão custar meio milhão

Alunos matriculados vão receber os materiais nas escolas de educação infantil