Pular para o conteúdo
Transparência

Polícia Federal pediu a prisão do conselheiro afastado do TCE-MS Waldir Neves

STJ negou prisão, mas autorizou busca e apreensão a endereços de empresários que seriam ligados a Waldir Neves
Gabriel Maymone, Dândara Genelhú -
operação conselheiro assessor
Mandados foram cumpridos em Campo Grande (Divulgação, Receita Federal)

A PF (Polícia Federal) pediu a prisão do conselheiro afastado do TCE-MS (Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso do Sul), Waldir Neves Barbosa. No entanto, o pedido foi negado pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça), no contexto da Operação Casa de Ouro.

No entanto, o Tribunal autorizou buscas e apreensão em endereços de empresários que seriam ligados ao conselheiro afastado. Não houve mandados diretos contra Waldir.

À reportagem do Jornal Midiamax, o advogado de Waldir reiterou que não houve buscas ligadas ao conselheiro e que o STJ entendeu que não há motivos para a prisão, uma vez que seu cliente não oferece empecilhos às investigações. Ainda, ressaltou que Waldir não conhece ou tem ligação com os empresários alvos das buscas.

No total, foram sete mandados de busca e apreensão cumpridos na última quarta-feira (10) em . A Operação Casa de Ouro foi realizada pela PF em conjunto com a Receita Federal e CGU (Controladoria-Geral da União).

A Casa de Ouro trata-se da 3ª fase da Operação Mineração de Ouro, deflagrada em junho de 2021. Ela decorre das investigações para apurar a prática de corrupção e lavagem de dinheiro, com envolvimento de conselheiros do TCE-MS (Tribunal de Contas do Estado).

Pedido de prisão de assessor de Waldir

Além disso, a Polícia Federal pediu a prisão preventiva de João Nercy Cunha Marques de Souza, que foi assessor de Waldir Neves. Conforme investigações da PF, João participou de celebração de contrato de uma casa comprada por Waldir. Então, o conselheiro afastado colocou o imóvel no nome de uma empresa de Vanderlei Morais, apontado pela PF como amigo de infância de Waldir.

A aquisição aconteceu em 2016, quando Waldir teria pago R$ 460 mil em espécie. O valor é referente apenas a primeira parcela do imóvel comprado pelo conselheiro afastado.

Assim, a PF destaca que o dinheiro não possui origem conhecida. Também afirma que atividades lícitas não fariam o uso de dinheiro em espécie nesta quantia.

“Leva à conclusão de se tratar de metodologia utilizada para desvincular o fornecedor e o destinatário do dinheiro em razão de envolver algum ilícito, ao que tudo indica, proveniente dos citados crimes de fraude à licitação e peculato”, afirma a PF no pedido de prisão.

Para a Polícia Federal, a compra aponta crime de lavagem de dinheiro com uso de laranjas, entre eles João Nercy.

Investigados usavam laranjas e dinheiro desviado do TCE-MS para comprar imóveis de luxo

Segundo investigações, servidores exerciam papel central no esquema, onde liberavam os recursos ilícitos para empresas em nomes de laranjas, que faziam triangulação dos recursos.

O destino era compra de imóveis de luxo em Campo Grande no nome de laranja, que era braço direito do servidor. Tudo para que o dinheiro sujo voltasse para as mãos do servidor. E, claro, que parte dos recursos era distribuída entre os outros envolvidos na fraude.

O grupo criminoso envolvia triangulação de empresas em nomes de laranjas, que compravam imóveis de luxo em Campo Grande para que os recursos ilícitos pudessem ‘voltar para os servidores’, segundo o delegado da Receita Federal em Campo Grande, Zumilson Custódio da Silva

De acordo com o delegado, a ação para cumprir 7 mandados em Campo Grande foi bem-sucedida. “Quem realmente se beneficiou desses recursos, onde foram parar os recursos e que essas pessoas possam ser responsabilizadas e esses valores possam retornar aos cofres públicos”, comentou sobre a operação desta quarta-feira.

Ainda, confirmou que haverá outros desdobramentos da Operação Casa de Ouro, que mirou organização criminosa especializada em fraude de licitações e desvios de recursos públicos do TCE-MS (Tribunal de Contas do Estado). “É uma investigação que vem sendo conduzida há muito tempo e que ainda terá muitos desdobramentos a fim de que esses recursos públicos possam ser identificados”, declarou.

licitação
Esquema detalha caminho do dinheiro ilícito (Arte, Receita Federal)

Investigações

As investigações decorrem da apuração de contratação indevida de empresa por meio de licitações fraudulentas. A organização utilizava de conluio prévio entre as pessoas jurídicas vinculadas participantes do certame e agentes públicos.

Com base no material apreendido nas operações citadas, a PF verificou a criação de diversos mecanismos de blindagem para dissimular a destinação dos recursos. A verba era debitada nas contas da empresa contratada antes de chegar às contas do destinatário final.

Parte desses valores foi depositada em contas de outras pessoas jurídicas. Entretanto, transações bancárias e documentos apreendidos evidenciam vínculos entre o beneficiário do crédito bancário, vendedor de um imóvel, e o responsável pelo desvio da verba pública – o real comprador.

As investigações também solicitaram quebras de sigilos bancários, fiscais e telemáticos para obter dados.

Compartilhe

Notícias mais buscadas agora

Saiba mais

Descriminalização do aborto: entenda o que está em discussão no STF e o que pode mudar

Contar se reúne com nacional do Republicanos e comenta sobre futuro político

Governo de MS realiza leilão de mais de 2 mil mobiliários

Festival Curta Campo Grande leva 58 produções a espaços culturais em novembro

Notícias mais lidas agora

Com licenciamento ‘em cheque’, expansão de mineração em Corumbá é investigada

Supercopa de Vôlei começa hoje com final feminina no Guanandizão

Rapaz que estava em carro que bateu contra muro de condomínio morre e motorista é preso

Traje de 50 kg e robô: saiba como funciona o trabalho do esquadrão antibombas do Bope

Últimas Notícias

MidiaMAIS

Com oficinas e mentorias, MS Fashion Hub oferece experiência imersiva de moda em Campo Grande

Evento gratuito acontece entre os dias 23 e 25 de outubro, em Campo Grande

Cotidiano

Casos de trombose chegam a quase mil por ano em MS; condição pode levar à morte

Ficar muito tempo sentado ou deitado após uma cirurgia, ou em viagens longas, aumenta o risco de trombose

Polícia

Mulher tem a perna decepada com facão e motosserra durante tentativa de feminicídio

Força Tática da PM continua fazendo buscas para encontrar o autor

Emprego e Concurso

Seguem abertas inscrições para processo seletivo da Prefeitura de Ponta Porã

Inscrições vão até o dia 31 de outubro; são 215 vagas para diversos níveis de formação