Pular para o conteúdo
Transparência

Apesar de receita bilionária, Consórcio Guaicurus quer ‘compensação’ de R$ 377 milhões

Chefão do Consórcio, Paulo Constantino pede mais dinheiro público enquanto foge da CPI na Câmara
Gabriel Maymone -
ônibus consorcio contrato ônibus
Transporte coletivo em Campo Grande (Foto: Henrique Arakaki / Midiamax)

Após segunda perícia atestar receita bilionária do , os empresários do ônibus pedem na Justiça compensação ao município de que supera os R$ 377 milhões.

Tudo consta em ação judicial movida pela concessionária, que tenta provar suposto desequilíbrio econômico para conseguir mais dinheiro público. Os empresários do ônibus já contam com apoio do presidente da Câmara, vereador Papy (), que apoiou mais dinheiro para o transporte público — e recebeu enxurrada de críticas nas redes sociais.

No ano passado, uma primeira perícia atestou que nos sete primeiros anos de contrato, de 2012 a 2019, o Consórcio Guaicurus havia obtido lucro líquido de R$ 68 milhões — uma realidade muito diferente da aventada pelos empresários.

Além disso, apontou diversos descumprimentos contratuais por parte do Consórcio Guaicurus, como frota com idade acima da permitida e não contratualização de seguro de responsabilidade civil — que gerou multa de R$ 12 milhões não paga até hoje pela concessionária.

Inconformados, os empresários do ônibus tiraram R$ 272 mil do bolso para bancar um novo laudo.

Desta vez, a nova perícia analisou até o ano de 2024 e mostrou que a concessionária teve receita total de R$ 1,8 bilhão de 2013 a dezembro de 2024. Esse é o valor que entrou no caixa das empresas durante o período.

Além disso, a empresa continua operando com lucro líquido de R$ 27.283.132,78. Ou seja, é o dinheiro que sobrou após pagar tudo.

No entanto, a nova perícia ‘fecha os olhos’ para a frota sucateada mantida pelo Consórcio Guaicurus, que é alvo de CPI na Câmara de Vereadores. Apesar de pedir mais dinheiro público, o chefão do ônibus, Paulo Constantino, apresentou atestado médico para fugir de ser ouvido na comissão.

Contudo, o Ibec preocupa-se em enfatizar que o lucro do Consórcio — de mais de R$ 27 milhões — está abaixo do previsto no contrato. “Os resultados apurados evidenciam uma distorção significativa no Fluxo de Caixa, não captada nas projeções originais da ‘Proposta Vencedora'”.

O time de advogados do Consórcio Guaicurus tem o ex-desembargador Claudionor Abss Duarte à frente. Ele tem como parceiro de escritório o procurador-geral da Câmara, Gustavo Lazzari.

Então, a defesa do Consórcio pede à Justiça que o perito faça a correção monetária sobre o valor de R$ 377.031.572,22. “Tais valores precisam ser atualizados (correção monetária e juros), como meio de se aferir o real impacto do desequilíbrio econômico financeiro e, com isso, viabilizar a adequada remuneração/compensação do requerente. Isso porque o laudo foi preciso ao relatar que a manutenção das atuais condições tarifárias continua a gerar disparidade no contrato, sendo, portanto, imprescindível, a implementação de uma tarifa que reequilibre a operação atual, além do efetivo adimplemento da equação econômica financeira ora apontada”.

Enquanto isso, a juíza Paulinne Simões de Souza, da 1ª Vara de Fazenda Pública e de Registros Públicos, aguarda manifestação do município sobre o laudo antes de tomar uma decisão sobre o caso.

CPI do Consórcio Guaicurus e o colapso no transporte: usuários relatam ônibus velhos e superlotados

Enquanto os empresários do ônibus pedem mais dinheiro público, usuários seguem ‘penando’ diante do serviço tomado por desconforto e insegurança.

Nos horários de pico, aqueles em que a maioria dos trabalhadores se deslocam entre seus locais de trabalho e suas casas, multiplicam-se os relatos de usuários que afirmam que os veículos disponibilizados pelo Consórcio seguem superlotados.

Além deste problema, os relatos apontam que a frota velha, já assumida pelos gestores do Consórcio nas oitivas da CPI, ocasiona problemas mecânicos que deixam os ônibus pelo caminho e causam atrasos para os trabalhadores.

Há relatos de usuários que, nos horários de pico, veem seu ônibus passar lotado e têm que esperar o próximo passar para poder embarcar. É o caso de Luiz, que sai de casa às 6 horas e precisa encarar o veículo já ‘abarrotado’ de passageiros.

Sabe de algo que o público precisa saber? Fala pro Midiamax!

Se você está por dentro de alguma informação que acha importante o público saber, fale com jornalistas do Jornal Midiamax!

E pode ficar tranquilo, porque nós garantimos total sigilo da fonte, conforme a Constituição Brasileira.

Fala Povo: O leitor pode falar direto no WhatsApp do Jornal Midiamax pelo número (67) 99207-4330. O canal de comunicação serve para os leitores falarem com os jornalistas. Se preferir, você também pode falar com o Jornal direto no Messenger do Facebook.

***

Compartilhe

Notícias mais buscadas agora

Saiba mais

Dourados discute a gestão sustentável de recursos hídricos da Bacia do Rio Paraná

POLLON

Deputado de MS quer limitar poderes de Lula concedidos à Janja por decreto

Empresas de MS são alvo de operação que rastreia origem do metanol em bebidas alcoólicas

Falhas na engenharia do submersível Titan causaram implosão, diz relatório

Notícias mais lidas agora

imasul concurso

PGE-MS faz correição no Imasul e abre canal para receber denúncias sobre serviços

Supercopa de Vôlei: público em Campo Grande é garantia de ‘casa cheia’ em eventos nacionais

Colégio Status realiza Prova de Bolsas e Aulão ENEM – Plano B

Embriagado: condutor que tombou carreta de cimento na BR-262 é preso

Últimas Notícias

Política

Câmara realiza audiência pública para debater valorização dos servidores da educação

O encontro vai contar com representantes sindicais, profissionais da área e Secretaria Municipal de Educação

Cotidiano

Reprovou na prova prática? Detran libera consulta das faltas por aplicativo em MS

Segundo o próprio Detran, antes o processo era mais burocrático e exigia solicitação de laudo por meio da ouvidoria

Famosos

Tá certo? Mateus Solano dá tapa e derruba celular de fã no teatro: ‘Agredida’

Fã alega ter ficado “machucada” com tapa que Mateus Solano deu para evitar a filmagem durante uma peça de teatro em Santa Rosa (RS); veja o vídeo

Cotidiano

Agora é lei: Renais crônicos são considerados pessoas com deficiência em MS

Reconhecimento assegura direitos aos renais crônicos, facilitando o acesso a benefícios e serviços