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Transparência

Casal ‘elo’ de esquemas de corrupção faturou R$ 8,7 milhões em contratos com prefeituras de MS

Investigações revelaram que empreiteiros pagavam propina para vencer licitações
Gabriel Maymone -
Genilton e Nádia são investigados por fraudes em licitações em MS (Reprodução)

Principal alvo da Operação Águas Turvas, que revelou fraudes em licitações e contratos de obras em , casal de empreiteiros que também é investigado na ação chamada Spotless, em Terenos, faturou R$ 8.750.382,95 em contratos em quatro prefeituras de Mato Grosso do Sul.

Conforme levantamento feito pela reportagem, Genilton da Silva Moreira (preso) e a esposa, Nádia Mendonça Lopes (em prisão domiciliar), possuíam uma empresa cada: a Base Construtora (CNPJ 35.450.684/0001-08) e a Lopes & Lopes Construtora e Empreiteira (CNPJ 28.870.142/0001-29).

Os dois aparecem como investigados nas duas recentes investidas do Gecoc (Grupo Especial de Combate à ). Eles são acusados de participarem de esquema para fraudar licitações e contratos de obras, mediante pagamento de propinas.

As empresas foram abertas em 2017 e 2019 e ambas são cadastradas como Microempresas, que só suportam faturamento anual de até R$ 360 mil. No entanto, o casal era considerado ‘imbatível’ nas licitações.

Os contratos mais vultosos são com a prefeitura de Bonito, onde a empresa de Genilton tinha três contratos com valores somados de R$ 5.263.823,00. Já Nádia tinha dois contratos que, somados, totalizam R$ 704.797.84.

Já com a prefeitura de Terenos, sede da empresa, o casal faturou R$ 2.386.877,63 nos últimos anos.

Há, ainda, contrato da Base Construtora com a prefeitura de Jardim, de R$ 231.666,76. Já a Lopes & Lopes executou contrato de R$ 163.217,72 com a prefeitura de .

No entanto, apenas os laços com as prefeituras de Terenos e Bonito são alvo de investigações. Neste último caso, o prefeito Josmail Rodrigues () já exonerou os servidores envolvidos e suspendeu os referidos contratos citados na investigação.

Investigação conclui que esquema girou em torno do casal (Reprodução)

Brinde para diretora de licitações, esposa de vereador

Presa acusada de envolvimento em esquema de corrupção em Bonito, a diretora de licitação, Luciane Cintia Pazette, pediu ‘brinde’ ao empreiteiro Genilton por ‘ajudá-lo’ em licitações no município.

Conforme o Gecoc, no dia 3 de maio de 2022, Luciane envia, pelo WhatsApp, documento de licitação a Genilton e alerta: “Olha o valor”.

Na sequência, o empresário solicita a planilha da licitação. Mas a servidora informa que, assim que tiver, vai enviar. Os dois se tratam como ‘comadres’ e, segundo o Gecoc, tinham relação próxima.

Mais tarde, no mesmo dia, Luciane envia mensagem a Genilton pedindo um ‘brinde legar’ que, segundo ela, seria para ‘fazer política para meu marido’, o vereador Pedro Aparecido Rosário, o Pedrinho da Marambaia.

Para o Gecoc, ficou claro que Luciane ajudava Genilton nas licitações do município: “Como demonstrado, Genilton da Silva Moreira exerce considerável influência no setor de licitação do Município de Bonito, o que se evidencia, sobretudo, pela estreita relação que mantém com a servidora pública Luciane Cintia Pazette. As evidências demonstraram que a servidora atua visando atender e/ou beneficiar o empresário em processos licitatórios, bem como na execução das obras adjudicadas a ele”.

À reportagem do Jornal Midiamax, o vereador Pedrinho da Marambaia afirmou desconhecer tais brindes solicitados pela esposa e disse confiar na Inocência dela: “Pessoa correta, trabalhadora, levava serviço até para casa”, pontuou.

Nádia vai para prisão domiciliar

Prefeitura de Terenos. (Foto: Thaís Cardoso, Jornal Midiamax)

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Presa na Spotless, Nádia ficou poucos dias atrás das grades, já que conseguiu ir para prisão domiciliar para cuidar dos filhos pequenos.

Conforme as investigações, Nádia participava de reuniões com outros empreiteiros para combinar propostas e definir quem seria vencedor de licitações em Terenos.

Inclusive, ela participava junto do marido. Uma das conversas interceptadas pelo Gaeco revelou, por exemplo, que ela apresentaria proposta 1,5% mais baixa que a de outra empresa em determinado certame.

Para os investigadores, ela teria participado de forma direta de várias reuniões e teria agido ativamente para fraudar as licitações.

No relatório de investigações, há registros dela tendo acesso a propostas de concorrentes antes do envio de valores, por exemplo.

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(Revisão: Bianca Iglesias)

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