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Transparência

Diretora de licitação pediu ‘brinde’ em nome de marido vereador após ajudar empreiteiro

Servidora foi presa por envolvimento em esquema de corrupção
Gabriel Maymone -
Luciane e o marido, vereador Pedrinho da Marambaia. (Reprodução)

Presa acusada de envolvimento em esquema de em , a diretora de licitação, Luciane Cintia Pazette, pediu ‘brinde’ ao empreiteiro Genilton Moreira da Silva — também preso — por ‘ajudá-lo’ em licitações no município. A servidora mantinha relação pessoal com o empresário e a esposa dele, Nádia Mendonça Lopes — que cumpre prisão domiciliar por corrupção em Terenos.

O prefeito Josmail Rodrigues () já substituiu a vaga de Luciane e do secretário de Finanças, Edilberto Cruz Gonçalves.

Além deles, o Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrupção) prendeu o empresário Carlos Henrique Sanches Corrêa e Luis Fernando Xavier Duarte, funcionário de imobiliária, que foi preso em flagrante pela posse de arma de fogo — mas solto após pagar fiança de R$ 2 mil.

Conforme relatório de investigação do Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrupção), no dia 3 de maio de 2022, Luciane envia, pelo WhatsApp, documento de licitação a Genilton e alerta: “Olha o valor”.

Na sequência, o empresário solicita a planilha da licitação. Mas a servidora informa que, assim que tiver, vai enviar. Os dois se tratam como ‘comadres’ e, segundo o Gecoc, tinham relação próxima.

Mais tarde, no mesmo dia, Luciane envia mensagem a Genilton pedindo um ‘brinde legar’ que, segundo ela, seria para ‘fazer política para meu marido’, o vereador Pedro Aparecido Rosário, o Pedrinho da Marambaia.

Em julho, a então diretora de licitações pede novamente a doação de brindes e envia imagem de produtos. Em seguida, o empreiteiro faz pagamento de R$ 120 pelos brindes.

Para o Gecoc, ficou claro que Luciane ajudava Genilton nas licitações do município: “Como demonstrado, Genilton da Silva Moreira exerce considerável influência no setor de licitação do Município de Bonito, o que se evidencia, sobretudo, pela estreita relação que mantém com a servidora pública Luciane Cintia Pazette. As evidências demonstraram que a servidora atua visando atender e/ou beneficiar o empresário em processos licitatórios, bem como na execução das obras adjudicadas a ele”.

À reportagem do Jornal Midiamax, o vereador Pedrinho da Marambaia afirmou desconhecer tais brindes solicitados pela esposa e disse confiar na dela: “Pessoa correta, trabalhadora, levava serviço até para casa”, pontuou.

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Fraudes em licitações

Luciane foi presa durante operação contra rombo de R$ 4,3 milhões em licitações na cidade de Bonito. Ademais, o Gecoc também prendeu o secretário de Administração e Finanças, Edilberto Cruz Gonçalves.

Além deles, o Gecoc prendeu o empresário Carlos Henrique Sanches Corrêa e Luis Fernando Xavier Duarte, funcionário de imobiliária. Este terminou preso em flagrante por posse de arma de fogo. No entanto, recebeu liberdade após pagar fiança de R$ 2 mil.

A investigação do Gecoc identificou um grupo que atuava fraudando constantemente licitações de obras e serviços de engenharia em Bonito, desde 2021. São vários certames fraudados, simulando concorrência e prevendo exigências para favorecer as empresas investigadas.

Assim, servidores públicos integram o esquema, em que repassavam informações privilegiadas a empresários e organizavam a fraude licitatória para ajudar as empreiteiras a vencerem. Em troca, recebiam vantagens indevidas.

Logo, os investigados são suspeitos dos crimes de organização criminosa, fraude em licitações, corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro, entre outros.

“Águas Turvas”, termo que dá nome à operação, faz alusão a algo que perdeu a transparência ou limpidez e contrasta com a imagem de Bonito, reconhecido por suas belezas naturais e águas cristalinas, as quais, contudo, vêm sendo maculadas pela atuação ilícita dos investigados.

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(Revisão: Dáfini Lisboa)

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