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Transparência

‘Eita pega’: alto valor de propina assustava empreiteiros em esquema de corrupção em Terenos

Prefeito afastado é acusado pelo Gaeco de embolsar cerca de R$ 611 mil em propinas, somente entre 2021 e 2023
Gabriel Maymone -
Prefeito de Terenos assustava empreiteiros com altos valores cobrados de propina. (Jornal Midiamax)

Acusado pelo Gecoc de embolsar cerca de R$ 611 mil em propinas, somente entre 2021 e 2023, o prefeito (afastado) de , Henrique Budke () cobrava altos valores de propina de empreiteiros que integravam organização criminosa intitulada ‘farra das empresas convidadas’.

Conversa interceptada pelo Gecoc entre os empreiteiros Sandro Bortoloto (Angico) e Cleberson Chavoni (Bonanza) revela que o grupo se assustava com os valores exigidos por Budke para liberar contratos ao grupo.

No trecho da conversa que os dois tiveram no dia 15 de agosto de 2022, Sandro procura o colega, que também integra o que eles chamam de ‘parceria dos meninos de Terenos’, a fim de pedir ajuda para pagar a propina.

Sandro – “me ajuda resolver esse aí” – e manda print da conversa com o prefeito Henrique
Cleber – “Quanto?
Sandro – “61”
Cleber – “eita pega”
Sandro – “kkkk”

No relatório de investigação, o Gecoc detalha: “CLEBERSON expressamente pergunta sobre o valor estipulado pelo Prefeito HENRIQUE a título de propina (<Quanto?=), pelo que, para a surpresa do empresário, SANDRO lhe esclarece que foi de R$ 61.000,00 (sessenta e um mil reais), assustando literalmente CLEBERSON (<Eita pega=) e, acima de tudo, escancarando a passiva praticada por HENRIQUE, no caso”.

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Pressão para receber propina

Não bastasse exigir altos valores para liberar pagamentos de contratos de obras públicas, o prefeito Henrique Budke inicia cobrança da propina dois dias após a conversa com o empreiteiro.

E, no dia seguinte, volta a cobrar o pagamento. “Nota-se que as cobranças de HENRIQUE não se dão de forma direta, mas suas mensagens, iniciando uma conversa sem contexto prévio, sem justificativa, sem conclusão de assunto, deixam claro ao empresário SANDRO que o Prefeito espera o acerto ilícito”.

Então, o Gecoc aponta que “Como se percebe, o valor de propina solicitado por HENRIQUE, no caso, foi alto, e os empresários enfrentaram dificuldades em levantar o montante para satisfazer o líder da organização criminosa, algo importante para se manter o esquema de pé”.

Confira a lista dos 26 denunciados por corrupção em Terenos

  1. Henrique Budke (PSDB), prefeito afastado de Terenos
  2. Arnaldo Glagau (PSD), vereador e empresário
  3. Arnaldo Santiago, empresário
  4. Cleberson José Chavoni Silva, empresário
  5. Daniel Matias Queiroz, empresário
  6. Edneia Rodrigues Vicente, empresária
  7. Eduardo Schoier, empresário
  8. Fábio André Hoffmeister Ramires, policial militar e empresário
  9. Felipe Braga Martins, empresário
  10. Fernando Seiji Alves Kurose, empresário
  11. Genilton da Silva Moreira, empresário
  12. Hander Luiz Correa Grote Chaves, empresário
  13. Isaac Cardoso Bisneto, ex-secretário municipal de Obras e Infraestrutura
  14. Leandro Cícero de Almeida Brito, engenheiro
  15. Luziano dos Santos Neto, empresário
  16. Maicon Bezerra Nonato, servidor público municipal
  17. Marcos do Nascimento Galitzki, empresário
  18. Nádia Mendonça Lopes, empresária
  19. Orlei Figueiredo Lopes, comerciante
  20. Rinaldo Córdoba de Oliveira, empresário
  21. Rogério Luís Ribeiro, empresário
  22. Sandro José Bortoloto, empresário
  23. Sansão Inácio Rezende, empresário
  24. Stenia Souza da Silva, empresária
  25. Tiago Lopes de Oliveira, empresário
  26. Valdecir Batista Alves, empresário
Cinco dos dezesseis presos faziam parte da mesma loja maçônica de Terenos: Genilton, Fábio André, Orlei, Henrique Budke e Hander. (Reprodução)

Assim, o chefe do MPMS pede que Budke se torne réu por organização criminosa e crime de frustração do caráter competitivo de licitação. Todos os outros réus ainda foram denunciados pelo crime de frustração do caráter competitivo de licitação.

O prefeito afastado ainda pode responder por corrupção passiva e lavagem de capitais. Orlei também foi denunciado por lavagem de capitais.

Já por organização criminosa foram denunciados Arnaldo Glagau, Arnaldo Santiago, Cleberson, Eduardo, Fábio, Fernando, Genilton, Hander, Isaac, Leandro, Nádia, Orlei, Rinaldo, Rogério, Sandro, Sansão, Tiago e Valdecir.

Ainda foram denunciados por corrupção ativa Cleberson, Felipe, Luziano e Sandro. Por corrupção passiva, podem se tornar réus Eduardo, Isaac e Orlei. 

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(Revisão: Dáfini Lisboa)

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