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Transparência

Empresário preso com prefeito emitiu cheque de R$ 200 mil e liderou dispensa de licitações em Terenos

Cheque apreendido é apontado na denúncia como confirmação do vínculo criminoso
Dândara Genelhú -
cheque comparsa prefeito
Cheque apreendido durante operação. (Reprodução, MPMS)

O empresário Eduardo Schoier, preso na Operação Spotless com o prefeito Henrique Budke (), emitiu cheque de R$ 200 mil apreendido durante as investigações. Apontado como ‘comparsa’ do prefeito afastado de , Schoier aparece como líder de dispensa de licitações apuradas por irregularidades e suposta .

Assim, durante busca na residência do empreiteiro Sansão Inácio Rezende, equipes do Gaeco e Gecoc apreenderam cheque emitido pelo empresário. O MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) aponta a emissão do cheque de R$ 200 mil como confirmação “do vínculo criminoso de ambos”.

Além de Schoier, Rezende e o prefeito Budke, outros 12 investigados seguem presos. Ademais, a denúncia diz que o prefeito afastado “foi o maior beneficiário das propinas pagas pelos empresários envolvidos no esquema criminoso”. Na casa do mandatário, as equipes encontraram R$ 11.315,00 em espécie.

RELEMBRE – Após Justiça negar liberdade, prefeito afastado de Terenos entra com novo recurso

Comparsa

Conforme o documento — ao qual o Midiamax teve acesso —, a investigação desmascarou Eduardo Shoier como integrante da organização criminosa. “Por meio de sua empresa EDUARDO SCHOIER EPP (nome fantasia CONECT SISTEMAS ELÉTRICOS), foi o responsável por receber altas somas de propina direcionadas ao seu comparsa HENRIQUE WANCURA BUDKE, Prefeito de Terenos, além de utilizar sua empresa, ainda, em benefício do esquema criminoso”, diz a Procuradoria-Geral de Justiça.

Logo, informou que em 2025 houve contratação via dispensa de licitação em favor da empresa do empresário investigado. As dispensas de licitações tinham como objeto obras de engenharia.

Apenas em 2025, houve pelo menos 49 contratos com as 17 empresas investigadas. Na lista de dispensa de licitações, Schoier aparece no topo.

Ou seja, dos 49 casos citados, o empresário apontado como ‘comparsa’ de Budke se consagrou em 12. O número é quase o dobro da segunda empresa que mais conquistou dispensas no suposto esquema de corrupção.

Revezamento

Além disso, a Procuradoria destacou que “ficou constatado o revezamento entre as empresas, com o objetivo de dissimular a atuação da organização criminosa”.

Assim, os contratos recentes firmados, mesmo após a deflagração da Operação Velatus no município, são apontados como “importantes peças da organização criminosa”.

EmpresaCNPJQuantidade de Dispensas Favoráveis
EDUARDO SCHOIER – EPP13.763.559/0001-1512
RS CONSTRUÇÕES & SERVIÇOS LTDA (ROGÉRIO LUIS RIBEIRO)24.272.210/0001-057
HG EMPREITEIRA & NEGOCIOS LTDA40.958.474/0001-657
EDNEIA RODRIGUES VICENTE41.409.037/0001-554
AGPOWER ENGENHARIA & CONSTRUÇOES LTDA (ARNALDO GLAGAU)33.201.352/0001-643
GENILTON DA SILVA MOREIRA – ME35.450.684/0001-082
FK PRESTADORA DE SERVIÇO E TELECOMUNICACAO EIRELI33.691.727/0001-112
ANGICO CONSTRUTORA E PRESTADORA DE SERVIÇOS LTDA29.366.464/0001-062
CONSTRUTORA KUROSE LTDA33.927.696/0001-552
TECNIKA CONSTRUÇÃO E LOCAÇÃO DE EQUIPAMENTOS LTDA EPP32.084.805/0001-571
D AÇO CONSTRUÇÃO E LOGISTICA LTDA ME45.432.169/0001-591
BONANZA COMÉRCIO E SERVIÇOS EIRELI ME23.399.174/0001-741
GS SERVICOS E CONSTRUTORA LTDA08.946.897/0001-521
SANSÃO INACIO REZENDE EIRELI09.032.861/0001-261
LOPES CONSTRUTORA E EMPREITEIRA LTDA28.870.142/0001-291
MARSOFT (ROGÉRIO LUIS RIBEIRO)(Não informado)1
CAMARGO E CASTRO PRESTADORA DE SERVIÇOS LTDA27.316.450/0001-441
Dispensas apontadas na denúncia do MPMS.
Quantia em espécie apreendida na casa do prefeito afastado. (Reprodução, MPMS)

‘Parceria dos meninos’

Na denúncia oferecida pelo Ministério Público contra o prefeito (afastado) de Terenos, Henrique Budke (PSDB), e outras 25 pessoas, é relatado que o grupo agia na certeza da impunidade. Isso porque, mesmo após o Gaeco deflagrar a Operação Velatus, em agosto de 2024, os investigados fecharam R$ 16,5 milhões em contratos — e aditivações de outros já firmados.

A Operação Spotless revelou que licitações de obras públicas eram direcionadas. Além disso, apontou que as empresas se revezavam nos serviços, garantindo que o grupo se beneficiasse do esquema, que incluía pagamento de propina ao prefeito e outros citados.

Assim, conforme o Gaeco, nos 11 contratos levantados pela investigação, houve pagamento de “elevados valores em propinas a agentes públicos, especialmente o prefeito municipal”. Somente Henrique teria embolsado mais de R$ 611 mil em propinas.

Então, para os investigadores, Henrique transformou a Prefeitura de Terenos em um verdadeiro ‘balcão de negócios’.

O esquema era tão forte, que os integrantes agiam numa espécie de irmandade. Ademais, vale ressaltar que cinco dos dezesseis presos faziam parte da mesma loja maçônica de Terenos, incluindo o prefeito Henrique.

Por fim, confira a lista dos 26 denunciados por corrupção em Terenos

  1. Henrique Budke (PSDB), prefeito afastado de Terenos
  2. Arnaldo Glagau (PSD), vereador e empresário
  3. Arnaldo Santiago, empresário
  4. Cleberson José Chavoni Silva, empresário
  5. Daniel Matias Queiroz, empresário
  6. Edneia Rodrigues Vicente, empresária
  7. Eduardo Schoier, empresário
  8. Fábio André Hoffmeister Ramires, policial militar e empresário
  9. Felipe Braga Martins, empresário
  10. Fernando Seiji Alves Kurose, empresário
  11. Genilton da Silva Moreira, empresário
  12. Hander Luiz Correa Grote Chaves, empresário
  13. Isaac Cardoso Bisneto, ex-secretário municipal de Obras e Infraestrutura
  14. Leandro Cícero de Almeida Brito, engenheiro
  15. Luziano dos Santos Neto, empresário
  16. Maicon Bezerra Nonato, servidor público municipal
  17. Marcos do Nascimento Galitzki, empresário
  18. Nádia Mendonça Lopes, empresária
  19. Orlei Figueiredo Lopes, comerciante
  20. Rinaldo Córdoba de Oliveira, empresário
  21. Rogério Luís Ribeiro, empresário
  22. Sandro José Bortoloto, empresário
  23. Sansão Inácio Rezende, empresário
  24. Stenia Souza da Silva, empresária
  25. Tiago Lopes de Oliveira, empresário
  26. Valdecir Batista Alves, empresário

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(Revisão: Dáfini Lisboa)

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