Pular para o conteúdo
Transparência

Laços Ocultos: Justiça nega revogar restrições de investigados após ‘vai e vem’ de ação

Operação revelou esquema de pagamentos milionários de propinas comandado pelo ex-vice-prefeito, Valter Brito da Silva (PSDB)
Gabriel Maymone -
Imagens da Operação Laços Ocultos em Amambai (Reprodução)

Decisão liminar (provisória) do desembargador Jairo Roberto de Quadros negou pedido para revogar as medidas cautelares contra investigados na operação ‘Laços Ocultos’, que revelou esquema de que seria comandado pelo ex-vice-prefeito e ex-vereador de – cidade ao sul de MS, distante 350 km de -, Valter Brito da Silva (PSDB).

O pedido foi feito pelo Tiago Bunning, que defende a sobrinha e o genro do ex-vereador. O advogado requereu a nulidade das medidas cautelares (uso de tornozeleira, proibição de ausentar da cidade, entre outras) alegando que o juízo de Amambai seria incompetente para julgar o caso.

Isso porque, anteriormente, decisão da 3ª Câmara Criminal do (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) considerou incompetente o juiz de Amambai para julgar ações da Laços Ocultos. Porém, a juíza Eucélia Moreira Cassal, da 3ª Vara Criminal, devolveu o caso para a vara do interior.

“[…] depois dessa decisão, acabou que uma juíza aqui de Campo Grande homologou, doutora Eucélia, homologou as medidas cautelares aplicando ao caso uma teoria que se chama ‘Teoria do Juízo Aparente’, dizendo que, no início, aparentemente era competente o juiz de Amambai”, explica Bunning.

“Seguindo uma norma interna do próprio ‘TJ’, que determina que essas medidas, quando requeridas pelo GAECO, pelo GECOC, devem ser pedidas aqui em Campo Grande e não no interior”, diz.

À reportagem, a defesa explica que a teoria não se aplica ao caso. Em tese, a teoria é entendida com a falta de nulidade na medida decidida por juiz e que, posteriormente, venha a declinar de competência por motivo que era desconhecido na época da autorização judicial.

“[…] nesse caso não tinha uma aparência de competência de Amambai. Foi um erro do Ministério Público que não observou o provimento ou que não quis observar o provimento do ‘TJ’, que mandava que a medida fosse proposta desde Campo Grande. Não teve crime novo descoberto, não teve autor novo, não teve nada que justificasse esse erro deles”, alega.

No entanto, o pedido ainda passará por análise dos demais desembargadores da 3ª Câmara Criminal.

comarca de amambai
Comarca de Amambai e dinheiro apreendido pelo Gaeco (Divulgação, TJMS e MPMS)

Laços Ocultos

As investigações contra o vereador Valter Brito da Silva (PSDB), de Amambai, indicam que o parlamentar recebeu mais de R$ 5 milhões em propina de empresários. Portanto, a acusação é de que Valter comandava um esquema de corrupção e fraudes em licitações.

Os promotores do Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrupção), Adriano Lobo Viana de Resende e Humberto Lapa Ferri, ofereceram a denúncia em 1º de dezembro de 2023. A promotora Nara Mendes dos Santos Fernandes também participou do oferecimento.

Logo após, no dia 6, o juiz Daniel Raymundo da Matta, da Vara Criminal de Amambai, recebeu a denúncia e tornou os 17 investigados réus.

As investigações apontam o vereador e também ex-vice-prefeito, Valter Brito, como comandante da organização criminosa. Assim, o grupo teria desviado dinheiro público através da criação das empresas fictícias.

Clique aqui para seguir o Jornal Midiamax no Instagram

Ao todo, 13 empresas são relacionadas a Valter, sendo que todas estão em nome de familiares e pessoas próximas ao parlamentar. Um dos exemplos é a C&C Construtora, que tem como sócio Francisco Maciel da Cruz.

Segundo a denúncia, Francisco é trabalhador braçal de construtoras e não teria condições financeiras para ser proprietário de uma empresa de grande porte. Além disso, ele é irmão de criação de Valter e teria sido usado como ‘laranja’ no esquema.

Especialmente no ano de 2017, após Valter ingressar no cargo de vice-prefeito, a empresa C&C Construtora conquistou oito contratos com o Município de Amambai. Destes, quatro foram modalidades de dispensa de licitação e/ou convite.

Outra servidora denunciada é Jucélia Barros Rodrigues, gerente de contratos da prefeitura. Ela seria uma das maiores beneficiadas, com Valter.

Leia mais – Gerente de contratos de Amambai é presa 5 meses após operação por fraudes em licitações

Contratos amarrados e propina

Após a Operação Laços Ocultos, com a apreensão dos celulares dos investigados, foi possível identificar conversas entre os acusados. Em vários trechos, eles negociam as licitações, para ‘amarrar’ os pregões.

O Gecoc denunciou a ligação entre todas as empresas, incluindo transações bancárias de altos valores entre esses empreendimentos. Então, em determinado trecho da denúncia, os promotores apontam que Jonathan Fraga de Lima e Letícia de Carvalho, responsáveis pela empresa JFL, pagaram altos valores de propina para Valter.

Em 58 ocasiões, pagaram o total de R$ 708.680,00 e R$ 118.800,00 para Jucélia, como propina. O dinheiro da empresa tinha como principal fonte a prefeitura de Amambai. Só entre setembro de 2019 e dezembro de 2021, a empresa recebeu R$ 11.849.735,18 em contratos.

Por meio de outra empresa, a Transmaq Serviços e Locações Eireli, Jonathan e Letícia chegaram a repassar R$ 4.185.883,77 para Valter, conforme indicam as movimentações bancárias.

A denúncia ainda traz valores repassados de todas as empresas implicadas na denúncia para o vereador. Preso, Valter sequer citou a função parlamentar na audiência de custódia.

Quando questionado a respeito de sua ocupação, respondeu: “ah, eu hoje sou, na verdade eu sou prestador de serviços, né. Mas eu não tenho assim, eu sou motorista, trabalho cuidando de obra, é isso que eu faço hoje”.

O vereador se tornou réu pelos crimes de organização criminosa, fraude ao caráter competitivo de licitação pública por 33 vezes, corrupção ativa e corrupção passiva por 7 vezes, além de concurso material de crimes.

Por fim, outros 16 investigados, sendo empresários e familiares de Valter, além da servidora Jucélia, também se tornaram réus.

Sabe de algo que o público precisa saber? Fala pro Midiamax!

Se você está por dentro de alguma informação que acha importante o público saber, fale com jornalistas do Jornal Midiamax!

E pode ficar tranquilo, porque nós garantimos total sigilo da fonte, conforme a Constituição Brasileira.

Fala Povo: O leitor pode falar direto no WhatsApp do Jornal Midiamax pelo número (67) 99207-4330. O canal de comunicação serve para os leitores falarem com os jornalistas. Se preferir, você também pode falar com o Jornal direto no Messenger do Facebook.

Compartilhe

Notícias mais buscadas agora

Saiba mais
Sônia Tissiani e sua sobrinha Silvia Roberta - (Foto: Julia Rodrigues)

‘Jogo fantástico’, opina Vovó do Crossfit sobre final femina da Supercopa de Vôlei

Do RJ e de Corumbá, influencers vibram pela Supercopa Feminina em Campo Grande

Matheus Martins foi uniformizado para assistir final feminina da Supercopa no Guanandizão - (Foto: Julia Rodrigues)

Fã do Osasco foi ao Guanandizão ver Camila Brait antes da jogadora se aposentar

Cruzeiro vence Fortaleza e segue na cola dos líderes do Brasileirão

Notícias mais lidas agora

Sesi Bauru e Osasco São Cristóvão disputaram final feminina da Supercopa de Vôlei no Guanandizão

Osasco vence Supercopa de Vôlei por 3 sets a 0 contra Sesi Bauru no Guanadizão

presidentes funesp e federação de volei supercopa

‘Que seja a primeira de muitas’: presidentes da Funesp e da Federação de Vôlei celebram Supercopa em Campo Grande

Medalhistas olímpicos na quadra e na tribuna: Yeltsin comemora final da Supercopa na Capital

Professor de "La Casa de Papel" e Homens-Aranhas na Supercopa - (Foto: Julia Rodrigues)

Dois homens-aranha e professor de La Casa de Papel roubam a cena no Guanandizão durante a Supercopa de Vôlei

Últimas Notícias

Esportes

Técnico do Osasco, campeão da Supercopa, agradece Campo Grande: ‘dias maravilhosos’

Treinador da equipe de vôlei feminino do Osasco Voleibol Clube e é um dos maiores nomes da história do clube.

Esportes

Vice-campeã olímpica, Camila Brait comemora vencer a última Supercopa em Campo Grande

Brait é vice-campeã olímpica e tem 36 anos

MidiaMAIS

‘Realizadíssima’ e muito fã de vôlei, mãe leva filha de 3 meses para não perder final da Supercopa no Guanandizão

"Tô amando Campo Grande, no interior eu nunca ia ter acesso a um jogo desse, que eu sou superfã", afirmou Mariane

Esportes

Ovacionada, Tifanny Abreu comemora início de temporada com vitória em Campo Grande

'Precisamos de um time forte e é esse o time que estamos projetando', disse