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Transparência

Com mais de R$ 136 milhões do fundo de segurança em conta, prioridade da Sejusp será compra de viaturas

Repasse é feito na modalidade 'fundo a fundo', transferindo os recursos diretamente ao caixa da secretaria
Vinicios Araujo -
Viaturas são a prioridade da Sejusp, para 2025 e 2026, no uso do Fundo Nacional de Segurança Pública. (Divulgação, PMMS)

A Sejusp-MS (Secretaria de Justiça e de ) não aplicou integralmente os repasses milionários do FNSP (Fundo Nacional de Segurança Pública), desde 2021. Acumulando mais de R$ 136 milhões em caixa, a prioridade da pasta para 2025 e 2026 será aquisição de novas viaturas.

Os dados são do MJSP (Ministério da Justiça e Segurança Pública). Conforme o painel que detalha os repasses ‘fundo a fundo’, modalidade que transfere o recurso diretamente às contas da secretaria, MS recebeu, em média, R$ 37.889.671,00 entre 2019 e 2024. O ano com melhor repasse foi em 2024, com R$ 41.143.108,06.

Segundo a transparência, nenhum centavo desses mais de R$ 41 milhões foram aplicados. Já dos R$ 41,069 milhões de 2023, apenas R$ 8,1 milhões foram investidos. Em 2022, a situação foi semelhante. Dos R$ 34.523.970,57 repassados pelo FNSP à Sejusp, apenas R$ 9.607.603,60 foram devidamente aplicados.

De acordo com a pasta, desde 2019, foram encaminhados R$ 237 milhões à conta de segurança pública do Estado. Somados aos rendimentos de mais de R$ 31 milhões, mais de R$ 124 milhões foram executados. O valor aplicado corresponde a 52,39% do saldo transferido.

Com esse percentual, a Sejusp adquiriu veículos, fardamento, mobiliário, EPI, munições, tecnologia, treinamento/capacitação, armamento, coletes balísticos, insumos periciais, pneus, radiocomunicação, entre outros.

Em 2025, o Estado já recebeu R$ 10.206.010,31, valor que corresponde ao adiantamento de 25% dos R$ 40.824.041,24 que deverão ser destinados ao Estado até o final do ano. Ao Jornal Midiamax, o MJSP informou ainda que, nos próximos dias, devem ser liberados mais 25% do repasse ‘fundo a fundo’.

Saldo represado

Já em relação ao saldo represado de R$ 136.353.802,81, a pasta informou que se trata de recurso com destinação já definida a projetos que são de longo prazo e executados em etapas. As liquidações desses projetos se dariam ao final de cada edição.

A pasta menciona como exemplo a Carreta da Saúde, unidade móvel do Cabs (Centro de Atenção Biopsicossocial), que oferece atendimentos médicos, odontológicos, oftalmológicos e psicológicos gratuitos para os profissionais de segurança pública do Estado.

“Para 2025 e 2026, do saldo existente, aguarda-se o desembolso de mais de 150 milhões que estão sendo destinados para a aquisição de 461 viaturas que serão entregues até março de 2026, para atender áreas prioritárias como mortes violentas, combate à violência contra a mulher, valorização profissional”, conclui a pasta, em solicitação encaminhada pelo Jornal Midiamax.

Como os estados podem gastar o fundo?

Segundo a Lei n° 13.756, os recursos do FNSP são destinados a diversos tipos de investimentos, abrangendo desde a construção e reforma de unidades policiais e de bombeiros, até a aquisição de equipamentos, veículos e tecnologia.

A legislação também permite o uso das verbas para financiar programas de prevenção à violência, capacitação profissional e ações de inteligência e investigação.

Além disso, a lei estabelece alocações obrigatórias, determinando que no mínimo 5% do montante seja direcionado para o enfrentamento da violência contra a mulher, e que uma fatia entre 10% e 15% seja aplicada em programas habitacionais e de melhoria da qualidade de vida para os profissionais da segurança.

Por outro lado, a lei impõe vedações expressas para garantir que os valores sejam aplicados estritamente em melhorias, e não em custeio da folha de pagamento.

A principal restrição é a proibição do uso dos recursos para cobrir despesas com pessoal, como salários, encargos sociais, aposentadorias ou pensões de servidores ativos e inativos. Também é vedada a aplicação em unidades de órgãos destinadas exclusivamente a atividades administrativas.

Adicionalmente, a lei proíbe o contingenciamento dos recursos do FNSP, o que significa que os valores não podem ser bloqueados ou retidos pelo governo para fins de ajuste fiscal, assegurando sua execução.

MPF mirou cumprimento de exigências e arquivou inquérito

O MPF (Ministério Público Federal) decidiu pelo arquivamento de um inquérito civil que investigava o cumprimento, por parte do Estado de Mato Grosso do Sul, das exigências para adesão ao FNSP.

A recomendação foi formalizada em um voto assinado em 22 de agosto de 2025, que concluiu que o objeto da apuração foi esgotado.

O objetivo era apurar se o governo estadual havia elaborado o plano de ação exigido pelas portarias nº 439/2023 e 440/2023, do Ministério da Justiça e Segurança Pública, requisito para que os estados se tornem elegíveis ao recebimento de recursos do fundo.

Durante a tramitação do inquérito, ficou constatado que Mato Grosso do Sul cumpriu integralmente as condicionantes previstas na Lei nº 13.756/2023, que rege o FNSP. A apuração não identificou indícios ou informações sobre eventual inabilidade do Estado para receber os repasses federais.

Diante da constatação, a procuradora promoveu o arquivamento do inquérito, “considerando que o Estado de Mato Grosso do Sul adotou medidas satisfatórias que viabilizaram o recebimento de recursos do Fundo Nacional de Segurança Pública”. A decisão foi submetida à análise do Núcleo de Apoio Operacional na Procuradoria Regional da República da 3ª Região.

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(Revisão: Dáfini Lisboa)

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