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Transparência

Prefeito barrou investigação de contratos suspeitos de fraude 2 meses antes de prisão em Terenos 

Vereadores enviaram três requerimentos ao prefeito afastado
Adriel Mattos -
Henrique Budke está afastado da Prefeitura de Terenos. (Montagem: Divulgação | Thaís Cardoso, Jornal Midiamax)

A Câmara Municipal de — município da região central de Mato Grosso do Sul, a 17 quilômetros de — pediu cópia de dois contratos de empresas investigadas antes da operação policial que prendeu o prefeito afastado Henrique Budke (). Outros dois requerimentos questionaram a atuação da RS Construções e Serviços LTDA. (CNPJ 24.272.210/0001-05).

Esse requerimento foi assinado por dez dos 11 vereadores, em junho de 2025. Em abril e agosto, outros dois pedidos foram feitos à prefeitura sobre o contrato da RS Construções e Serviços.

Em setembro, o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) e o Gecoc (Grupo Especial de Combate à ) prenderam Budke e outras 15 pessoas. Todos eles foram soltos em outubro.

Vereadores pediram informações de contratos por três vezes

Em abril de 2025, o vereador Assis Alves de Almeida, o Saci (PSDB), assinou requerimento solicitando à prefeitura as notas fiscais de pagamento emitidas pela RS, nos períodos de janeiro, fevereiro, março, junho, setembro e dezembro de 2024.

Conforme o parlamentar, as notas “não foram enviadas anteriormente como foi solicitado à empresa RS”.

Já em junho, dez vereadores — exceto Clayton Melo Welter, o Caco (PP) — assinaram requerimento pedindo cópia do contrato com a RS e também a íntegra do contrato com a “Empresa Rogério ME”. Essa última não consta no Portal da Transparência, podendo ser um erro de digitação no documento.

E, em agosto, um requerimento do presidente Leandro Caramalac (PSD) pediu informações sobre a operação tapa-buraco realizada pela RS Construções e cópia da nota fiscal e planilha de medição de julho de 2025.

Não há informações se os vereadores tiveram respostas aos pedidos. 

Prefeito é solto após mais 20 dias na cadeia

Em 3 de outubro de 2025, o STJ (Superior Tribunal de Justiça) concedeu habeas corpus ao prefeito afastado Henrique Budke (PSDB), determinando o monitoramento por tornozeleira eletrônica e afastamento obrigatório do cargo.

O ministro Ribeiro Dantas fez questão de ressaltar, na decisão, que “a despeito da elevada gravidade das condutas e da existência de elementos concretos revelando que o paciente integra (e lidera) organização criminosa, não restou demonstrada a indispensabilidade da prisão preventiva, que pode (e deve) ser substituída por cautelares alternativas, sem prejuízo de novo decreto prisional em caso de eventual descumprimento”.

Dentre as medidas impostas, estão, além do afastamento da função pública, a proibição de acesso a qualquer dependência da Prefeitura de Terenos, a proibição de contato com os demais denunciados e eventuais testemunhas e o monitoramento por tornozeleira eletrônica.

Até então, o afastamento de Budke havia sido uma decisão pessoal. Contudo, com base na decisão, agora o afastamento passa a ser uma medida sob a tutela da Justiça.

Prefeito afastado e mais 25 são denunciados à Justiça

O MPMS (Ministério Público do Estado de Mato Grosso do Sul) denunciou o prefeito afastado de Terenos, Henrique Budke (PSDB), e mais 25 pessoas envolvidas no suposto esquema de corrupção na prefeitura, desmontado após a Operação Spotless, em setembro de 2025. Budke está preso há mais de 20 dias.

Licitações de obras públicas eram direcionadas, e empresas se revezavam nos serviços, garantindo que o grupo se beneficiasse do esquema, que incluía pagamento de propina ao prefeito e outros citados.

Foram denunciados:

  1. Henrique Budke (PSDB), prefeito afastado de Terenos
  2. Arnaldo Glagau (PSD), vereador e empresário
  3. Arnaldo Santiago, empresário
  4. Cleberson José Chavoni Silva, empresário
  5. Daniel Matias Queiroz, empresário
  6. Edneia Rodrigues Vicente, empresário
  7. Eduardo Schoier, empresário
  8. Fábio André Hoffmeister Ramires, policial militar e empresário
  9. Felipe Braga Martins, empresário
  10. Fernando Seiji Alves Kurose, empresário
  11. Genilton da Silva Moreira, empresário
  12. Hander Luiz Correa Grote Chaves, empresário
  13. Isaac Cardoso Bisneto, ex-secretário municipal de Obras e Infraestrutura
  14. Leandro Cícero de Almeida Brito, engenheiro
  15. Luziano dos Santos Neto, empresário
  16. Maicon Bezerra Nonato, servidor público municipal
  17. Marcos do Nascimento Galitzki, empresário
  18. Nádia Mendonça Lopes, empresária
  19. Orlei Figueiredo Lopes, comerciante
  20. Rinaldo Córdoba de Oliveira, empresário
  21. Rogério Luís Ribeiro, empresário
  22. Sandro José Bortoloto, empresário
  23. Sansão Inácio Rezende, empresário
  24. Stenia Souza da Silva, empresário
  25. Tiago Lopes de Oliveira, empresário
  26. Valdecir Batista Alves, empresário

“O que se apurou na investigação é uma organização criminosa instalada no Poder Executivo do Município de Terenos, atuando há anos para fraudar licitações e saquear os cofres públicos, um verdadeiro balcão de negócios comandado pelo prefeito municipal [Henrique Budke]”, pontuou o procurador-geral de Justiça Romão Ávila Milhan Júnior.

Operação do Gaeco em Terenos prende prefeito

A Prefeitura de Terenos foi alvo de devassa do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) e Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrupção) em 9 de setembro.

Foram expedidos 16 mandados de prisão, além de 59 mandados de busca e apreensão em Terenos, Campo Grande e Santa Fé do Sul (SP).

Prefeito de Terenos chefiava esquema de fraude em licitação

Henrique Budke é apontado como líder da organização criminosa alvo da Operação Spotless, deflagrada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) e Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrupção), em 9 de setembro.

A investigação apontou que o grupo liderado por Budke tinha núcleos com atuação bem definidos. Servidores públicos fraudaram disputa em licitações, a fim de direcionar o resultado para favorecer empresas.

Os editais foram elaborados sob medida e simulavam competição legítima. Somente no último ano, as fraudes ultrapassaram os R$ 15 milhões.

O esquema pagava, ainda, propina para agentes públicos que atestavam falsamente o recebimento de produtos e de serviços e aceleravam os processos internos para pagamentos de contratos.

A Operação Spotless foi deflagrada a partir das provas da Operação Velatus, que foi realizada em agosto de 2024. O Gaeco e Gecoc obtiveram autorização da Justiça e confirmaram que Henrique Budke chefiava o esquema de corrupção.

Spotless é uma referência à necessidade de os processos de contratação da administração pública serem realizados sem manchas ou máculas. A operação contou com apoio operacional da PMMS (Polícia Militar de MS), por meio do BPChoque (Batalhão de Choque) e do Bope (Batalhão de Operações Especiais).

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(Revisão: Dáfini Lisboa)

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