A prefeitura de Terenos publicou o encerramento da execução orçamentária do exercício financeiro de 2025, nesta quarta-feira (22), no Diário da Assomasul (Associação dos Municípios de Mato Grosso do Sul). O decreto mantém a suspensão dos contratos investigados na Operação Spotless.
No início de outubro, o Executivo Municipal suspendeu mais de R$ 9,6 milhões em contratos com suspeita de fraude — alvos da operação, deflagrada em 9 de setembro, que prendeu o prefeito Henrique Budke (PSDB), apontado como o cabeça do esquema de direcionamento de licitação.
O vice de Budke, Arlindo Landolfi Filho (Republicanos) assumiu interinamente a prefeitura. O decreto de encerramento finaliza o acompanhamento das receitas e despesas previstas na LOA (Lei Orçamentária Anual) de 2025.
“As Secretarias Municipais deverão se abster de autorizar pagamentos, emitir novos empenhos ou prorrogar
contratos relacionados às empresas ou pessoas físicas alvo das investigações, sem anuência prévia da Procuradoria Jurídica Municipal”, diz o documento.

Vereadores pediram informações de contratos por três vezes
Em abril de 2025, o vereador Assis Alves de Almeida, o Saci (PSDB), assinou requerimento solicitando à prefeitura as notas fiscais de pagamento emitidas pela RS, nos períodos de janeiro, fevereiro, março, junho, setembro e dezembro de 2024.
Conforme o parlamentar, as notas “não foram enviadas anteriormente como foi solicitado à empresa RS”.
Já em junho, dez vereadores — exceto Clayton Melo Welter, o Caco (PP) — assinaram requerimento pedindo cópia do contrato com a RS e também a íntegra do contrato com a “Empresa Rogério ME”. Essa última não consta no Portal da Transparência, podendo ser um erro de digitação no documento.
E, em agosto, um requerimento do presidente Leandro Caramalac (PSD) pediu informações sobre a operação tapa-buraco realizada pela RS Construções e cópia da nota fiscal e planilha de medição de julho de 2025.
Não há informações se os vereadores tiveram respostas aos pedidos.

Prefeito afastado e mais 25 são denunciados à Justiça
O MPMS (Ministério Público do Estado de Mato Grosso do Sul) denunciou o prefeito afastado de Terenos, Henrique Budke (PSDB), e mais 25 pessoas envolvidas no suposto esquema de corrupção na prefeitura, desmontado após a Operação Spotless, em setembro de 2025. Budke está preso há mais de 20 dias.
Licitações de obras públicas eram direcionadas, e empresas se revezavam nos serviços, garantindo que o grupo se beneficiasse do esquema, que incluía pagamento de propina ao prefeito e outros citados.
Foram denunciados:
- Henrique Budke (PSDB), prefeito afastado de Terenos
- Arnaldo Glagau (PSD), vereador e empresário
- Arnaldo Santiago, empresário
- Cleberson José Chavoni Silva, empresário
- Daniel Matias Queiroz, empresário
- Edneia Rodrigues Vicente, empresário
- Eduardo Schoier, empresário
- Fábio André Hoffmeister Ramires, policial militar e empresário
- Felipe Braga Martins, empresário
- Fernando Seiji Alves Kurose, empresário
- Genilton da Silva Moreira, empresário
- Hander Luiz Correa Grote Chaves, empresário
- Isaac Cardoso Bisneto, ex-secretário municipal de Obras e Infraestrutura
- Leandro Cícero de Almeida Brito, engenheiro
- Luziano dos Santos Neto, empresário
- Maicon Bezerra Nonato, servidor público municipal
- Marcos do Nascimento Galitzki, empresário
- Nádia Mendonça Lopes, empresária
- Orlei Figueiredo Lopes, comerciante
- Rinaldo Córdoba de Oliveira, empresário
- Rogério Luís Ribeiro, empresário
- Sandro José Bortoloto, empresário
- Sansão Inácio Rezende, empresário
- Stenia Souza da Silva, empresário
- Tiago Lopes de Oliveira, empresário
- Valdecir Batista Alves, empresário
“O que se apurou na investigação é uma organização criminosa instalada no Poder Executivo do Município de Terenos, atuando há anos para fraudar licitações e saquear os cofres públicos, um verdadeiro balcão de negócios comandado pelo prefeito municipal [Henrique Budke]”, pontuou o procurador-geral de Justiça Romão Ávila Milhan Júnior.
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