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Transparência

Vale atrasado dos trabalhadores representa apenas 8% do ganho mensal médio do Consórcio em 10 anos

Consórcio Guaicurus faturou, em média, cerca de R$ 180 milhões ao ano na primeira década do acordo bilionário
Vinicios Araujo -
consórcio guaicurus
Consórcio Guaicurus em Campo Grande. (Arquivo, Jornal Midiamax)

O valor do adiantamento salarial não cumprido pelos empresários do Consórcio Guaicurus junto aos funcionários do grupo, representa cerca de 8% dos ganhos mensais, em média, obtidos com o contrato bilionário na primeira década do acordo.

Entre dezembro de 2013 e 2024, o Consórcio Guaicurus faturou, em média, cerca de R$ 180 milhões ao ano. A receita total no período foi de R$ 1,8 bilhão, conforme perícia do Ibec Brasil (Instituto Brasileiro de Estudos Científicos LTDA) paga pelos empresários do grupo no ano passado.

De acordo com o STTCU-CG (Sindicato dos Trabalhadores em Urbano de ), ao menos mil trabalhadores tiveram o vale médio avaliado em R$ 1.300,00 atrasados, estimando o valor em R$ 1,3 milhão. O descumprimento do acordo, que deveria ter sido pago na segunda-feira (20), motivou protesto da categoria, que paralisou o serviço durante duas horas, na manhã desta quarta-feira (22).

Nova paralisação é prometida para o dia 27, com maior escala de impacto no serviço, caso não haja cumprimento do acordo com a categoria.

Episódio semelhante ocorreu em dezembro de 2023. Naquela época, o grupo empresarial atrasou por 8 dias, e só pagou após determinação de desembargador da Justiça do Trabalho, conforme lembrado pelo presidente do sindicato, Demétrio Freitas.

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“Lá não teve acordo na Justiça do Trabalho e o próprio desembargador definiu a data: ó, vai pagar dia 28 o vale. Ninguém concordou, mas, como foi uma determinação do desembargador, a gente teve que acatar, né? Dessa vez, não teve nem data prevista. E nós não ficar parados”, disse Demétrio.

O sindicalista afirma que a insuficiência financeira alegada, em razão da falta de repasse de entes públicos, como Estado e Município, não justifica o atraso à categoria. “Meu assunto é diretamente com o Consórcio. O que a Prefeitura faz ou deixa de fazer, o Estado faz ou deixa de fazer, nós não temos nada a ver com isso. Nós não trabalhamos pra eles. Então, meu assunto é diretamente com o Consórcio”, alegou Demétrio.

Na visão do sindicato, a gestão das obrigações junto à classe trabalhadora é uma responsabilidade integral dos empresários, que faturam milhões com o contrato de concessão do serviço. O acordo foi firmado em 2012 e tem previsão de durar até 2042.

Demétrio afirmou que o grupo apresentou recentemente uma tabela com déficit de R$ 14 milhões em conta bancária. Questionado sobre as condições de manutenção do contrato de concessão por mais duas décadas, o presidente do sindicato diz não ser uma atribuição da categoria avaliar.

“É ele [Consórcio] que opera aqui em Campo Grande. Ele que tem que encaixar as contas dele lá, porque senão, caso continue do jeito que tá, vai gerar paralisação. Porque, se deixar de pagar, a gente vai parar, não tem essa, nós vamos parar mesmo. É o único instrumento que temos aqui para forçar. Prejudica bastante a gente? Prejudica. Mas não é nem de longe um desejo de prejudicar a população”, reitera.

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(Revisão: Dáfini Lisboa)

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